Homenagem: “Vamos conhecer quem faz parte da história”

Secretaria de Cultura e Turismo de Porto União leva a público o nome dos trabalhadores das estradas de ferro. Local escolhido é a Avenida dos Ferroviários


“Quando eu penso em Porto União logo vem a mente a história dos ferroviários; lembro daqueles guerreiros que emolduravam a paisagem turística junto a estação de trem.

Chico Ventania, é um deles! Aí você me pergunta, ventania, ué? Por quê?

Simplesmente porque ele era um pé de vento com a Maria Fumaça dele.

E foi assim; cada ferroviário com a sua história e apelido, tudo conforme a sua função desempenhada.

Também parte da história, cito o amigo Antônio Xavier Paes. A homenagem prestada em Porto União fez a filha dele se debruçar em lágrimas de emoção. No dia 11 de setembro de 2019, seu Paes, como era conhecido, faleceu aos 84 anos. Ele era umas das figuras mais apaixonadas pela história da ferrovia. Ele ingressou na antiga Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA), em 1960. Atuou como supervisor de mecânica e era representante do Sindicato dos Ferroviários de Porto União da Vitória (Sindifer).

Lembro também do Arlindo Pasqualin, do Carlos Levandowski, do Clodoaldo Scena, um maquinista maravilhoso, e por aí vai…

Se quiser eu puxo da gaveta tantos outros nomes da ferrovia e que merecem esta lembrança”

Ussiel Cundinho Fernandes Dias é coordenador de Cultura e Turismo em Porto União. Filho de ferroviário e amigo de tantos outros, é um entusiasta do assunto. Ao lado da secretária de Cultura e Turismo, Alice Cristine Schnornberger, em setembro deste ano, foi prestada uma homenagem aos profissionais durante o aniversário de 104 anos do município. A iniciativa, segundo eles, deverá ganhar notoriedade no País pela exclusividade em prestar homenagens individualizadas à categoria.

De acordo com Dias, primeiramente foram selecionados 40 nomes de ferroviários para constarem nas placas que se encontram dispostas em toda a extensão da Avenida dos Ferroviários, conhecida por Perimetral em Porto União, um dos locais mais movimentados do município.

“Estamos homenageando um a um com seus nomes e função exercida junto a ferrovia. A iniciativa repercutiu positivamente. No decorrer dos meses, foram incluídos mais nomes, passando para 100, depois 160 e agora 210 homenageados. A intenção é que esta homenagem percorra toda a extensão da Perimetral chegando até a área central da cidade”, afirma.

(Ronaldo Mochnacz)

Somente nesta segunda-feira, 08, foram colocadas mais 40 placas de homenagens aos ferroviários.

“As pessoas estão caminhando ou passeando pela Perimetral e param para ler as placas. É muito gratificante não apenas para nós, mas sim, aos familiares daqueles que já se foram e fizeram história e daqueles que ainda estão junto de nós”.

A iniciativa irá render futuro Projeto de Lei na Câmara de Vereadores de Porto União.

(Ronaldo Mochnacz)


Dia do Ferroviário

No dia 30 de abril é comemorado o Dia do Ferroviário. A data remete à inauguração da primeira linha ferroviária do Brasil, a Estrada de Ferro Petrópolis, que tinha mais de 14 quilômetros de extensão, ligando o Rio de Janeiro até Raiz da Serra (RJ).

“O ferroviário carrega a grandiosidade da sua profissão”, comenta Dias.

A história das ferrovias no Estado teve início em 1885, quando foi inaugurado o trecho ferroviário entre Paranaguá e Curitiba, assinalando um marco da engenharia brasileira, pela conquista na ultrapassagem da Serra do Mar.

Até então, a serra era o grande obstáculo natural entre o litoral e o planalto curitibano. A partir deste momento o Paraná passava a contar com um sistema moderno de transporte que facilitaria as comunicações entre a jovem província, o restante do Império e outros países. O fácil escoamento de produtos como madeira e erva-mate dinamizaram e deram um novo impulso para a economia paranaense.

(Antônio Xavier Paes era militante da causa ferroviária. Foto: Jéssica Ap. Fotografia)

Em 1889, o mesmo engenheiro que concluíra a estrada de ferro Paranaguá – Curitiba, João Teixeira Soares, foi designado para construir uma linha ferroviária que tinha a finalidade de interligar as províncias do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, alcançando as fronteiras da Argentina e Paraguai. Esta ferrovia foi o acontecimento mais importante para toda a região sul do Brasil e teve aspecto relevante na economia da região, compreendida pelos atuais municípios de Porto União (SC) e União da Vitória (PR), na medida em que favoreceu o fluxo de produtos e intensificou a exploração dos recursos naturais como a madeira, principalmente o pinheiro (Araucária brasiliensis), e a erva-mate (Iléx paraguaiensis).

Em 1905 foi inaugurada uma estação ferroviária em Porto União da Vitória, do lado direito do Rio Iguaçu, pois ainda não estava concluída a ponte que serviria para a sua travessia. Este evento alterou o panorama sociocultural da cidade, provocando a implantação imediata de uma variada rede de serviços para o atendimento daqueles que passavam então a utilizar o trem como meio de transporte. Até então, eram utilizados os vapores que faziam o transporte de carga e de passageiros entre Porto Vitória e Porto Amazonas.

Fonte: Secretaria da Comunicação Social e da Cultura e Patrimônio Cultural do Paraná.


Trilha Caminho do Monge

O local é um dos ‘xodós’ da pasta do turismo de Porto União.

Conforme Dias, a rota turística no Complexo Turístico Morro da Cruz, no bairro Santa Rosa, iniciou no segundo semestre de 2020, seguindo todas as orientações de protocolo de combate a Covid-19.

(Wannessa Stenzel/Ricardo Silveira)

O Complexo Turístico contempla 800 metros de trilha. O local terá ainda 22 placas indicativas sobre o percurso da trilha e 65 placas sobre a fauna local. A novidade possibilita atravessar o morro, entre o Parque do Monge João Maria e o topo onde fica o Cristo. O espaço recebeu melhorias em 2020 para tornar a caminhada ainda mais acessível, por meio da abertura de novas trilhas em terreno acidentado para aperfeiçoar o trajeto, com passarelas e degraus.

(Wannessa Stenzel/Ricardo Silveira)

O local integra o projeto Trilha Interpretativa Caminho do Monge, Educação Ambiental e Ecoturismo, com os colegas da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, e conta com apoio da administração municipal, Secretaria do Desenvolvimento e Meio Ambiente, Polícia Militar Ambiental, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e acadêmicos do ensino superior de União da Vitória.

(Wannessa Stenzel/Ricardo Silveira)

A trilha irá atender escolas em caráter socioeducativo. Por outro lado, também chama a atenção para o turismo religioso que cresceu muito nos últimos anos pelo País. Neste caso, a trilha irá contar (conforme requisito junto a Secretaria de Turismo) com a presença do monge João Maria. A interpretação é de Luiz Antônio, artista em Porto União. Há 12 anos, ele se dedica a história do Contestado e a do Monge João Maria.

(Wannessa Stenzel/Ricardo Silveira)

Conta a história que o monge João Maria falava aos sertanejos para que plantassem bastante e estimulava o uso de ervas para o tratamento das enfermidades. Ele também aconselhava o povo para que acreditassem na sua fé. É na capela, logo na entrada do local, que muitas crianças já foram batizadas.


Vem por aí…

Segundo Dias, até dezembro a Secretaria de Cultura e Turismo de Porto União promete novidades. Entre elas, a montagem da Casa do Papai Noel e a realização de um evento junto a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), na promoção de palestras com foco para os produtores de mel da região.


Serviço

Demais informações sobre a Trilha Caminho do Monge podem ser obtidas junto a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo pelo telefone (42) 3522-0649.

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