5º BE Cmb Bld atua na maior enchente do Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul vive uma enchente sem precedentes. A média de precipitação acumulada nos municípios atingidos entre 24 de abril e 04 de maio chega aos 420 mm segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Em Fontoura Xavier, no mesmo período, o volume de chuva ultrapassou os 700 mm. A média esperada para maio em todo o estado era de 180 mm. Segundo dados do governo estadual, 447 cidades foram afetadas pelas fortes chuvas. São mais de 80 mil pessoas vivendo em abrigos, 538.241 desalojados, 806 feridos, 127 desaparecidos e 147 óbitos confirmados. O número de gaúchos atingidos por essa que é agora considerada a maior catástrofe climática do estado chega a 2.115.703. Os dados foram atualizados às 9h da manhã de segunda-feira, 13.

5º BE Cmb Bld atua na maior enchente do Rio Grande do Sul

Porto Alegre. Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Na sexta-feira, 03, a capital, Porto Alegre, também foi atingida pelas consequências das fortes chuvas. O rio Guaíba superou a marca histórica de 4,76 m registrada em 1941, a maior até então. Às 08h da manhã de domingo, chegou ao pico de 5,33m. Segundo a prefeitura, o nível normal do Guaíba na cidade é de 0,80 m a 1,30 m. O nível de alerta é de 2,10 m.

O fato gerou cenas até então jamais vistas na cidade. “Para quem conhece Porto Alegre, é realmente assustador. Eu morei na cidade por mais de 20 anos e nunca presenciei algo parecido. Ver a água atingindo prédios históricos como o Mercado Público, a Prefeitura de Porto Alegre, a Praça da Alfândega, toda a região central, traz um sentimento de incredulidade”, comenta o jornalista do Grupo Verde Vale de Comunicação, Rafael Peruzzo, que residiu por duas décadas na capital gaúcha.

Eldorado do Sul, município da região metropolitana de Porto Alegre, foi uma das mais prejudicadas. Na terça-feira, 07, em entrevista à rádio Guaíba, o prefeito Ernani de Freitas relatou que a cidade, de pouco mais de 40 mil habitantes, teria que ser completamente evacuada.

A chegada de ajuda para os municípios gaúchos, bem como a locomoção daqueles que precisaram deixar sua casa em busca de abrigo em local seguro, foi prejudicada. No sábado, 04, o número de pontos de bloqueio em rodovias chegou a 187, sendo 142 totais e 45 parciais. A estimativa do Governo Federal, segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, é de que a reconstrução apenas dos trechos de rodovias federais atingidas pela enchente deva custar cerca de R$ 1 bilhão. A rodoviária de Porto Alegre ficou submersa, tendo que interromper saídas e chegadas. O aeroporto internacional, localizado na capital, também foi atingido pelas águas. Os voos estão suspensos por tempo indeterminado.


5º BE Cmb Bld atua no RS

Em 1º de maio, o 5º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado (5º BE Cmb Bld) foi acionado para participar da Operação Taquari 2, em apoio à população afetada pela enchente no Rio Grande do Sul. Cerca de 120 militares do Batalhão já estiveram de alguma forma envolvidos na operação, atuando na desobstrução de vias bloqueadas pela queda de barreiras e no emprego de embarcações para resgate de pessoas e animais. A equipe também trabalhou no lançamento de uma portada pesada para o transporte de um hospital de campanha e de suprimento de oxigênio.

5º BE Cmb Bld atua na maior enchente do Rio Grande do Sul

Atualmente, 57 militares do 5º BE Cmb Bld seguem no Rio Grande do Sul, atuando nas cidades de Lajeado, São Valentim do Sul e Porto Alegre. O foco, neste momento, é o lançamento de uma ponte do tipo Logistic Support Bridge (LSB) para restaurar o acesso entre Lajeado e Arroio do Meio. A ponte será lançada sobre o rio Forqueta, terá 60 metros de comprimento e suportará até 80 toneladas. “No momento, a prefeitura de Lajeado está fazendo o nivelamento das margens, onde vai ser lançada essa ponte. Tendo em vista as previsões de chuva no momento, esse nivelamento das margens vai demorar em torno de uns sete dias. E, após iniciado o lançamento pelo batalhão, ele tem a previsão de ser lançado esses 60 metros em dez a 15 dias. Mas tendo em vista as condicionantes da disposição do nosso material, da situação do clima, do nível do rio, se não subir mais, se tiver tudo correndo de uma forma um pouco mais positiva, a gente consegue diminuir esse prazo para menos dez dias. Em torno de seis a oito dias a gente consegue lançar essa ponte”, explica o 1º Sargento e Adjunto de Comando do 5º BE Cmb Bld, Rafael Torres.

A equipe ainda não tem previsão de retorno ao Vale do Iguaçu. Os militares que permanecem no 5º BE Cmb Bld estão de prontidão para se dirigir ao Rio Grande do Sul caso sejam acionados, visto que a situação no estado é preocupante. “Toda essa região do Vale do Taquari foi muito afetada, por exemplo, Lajeado, Estrela, Arroio do Meio, Colinas, Teutônia, Roca Sales, Muçum, São Valentim do Sul. Muita destruição, muitas casas, indústrias, plantações totalmente destruídas. Muito lixo nas cidades. Muita gente desabrigada. As pessoas perderam tudo, inclusive suas casas. Cenário de guerra. Mas o que dá muita esperança e força é ver a quantidade de pessoas trabalhando. Forças Armadas, Instituições Militares e Civis, voluntários de todas as partes do Brasil. Muita gente ajudando. Muitas doações chegando, e vai precisar de muito mais trabalho, doações e ajuda humanitária”, relata o 1º Sargento Torres.


Como ajudar

No Vale do Iguaçu há diversos pontos de coleta de doações para as vítimas das enchentes: Estação União, Corpo de Bombeiros de União da Vitória e de Porto União e 5° Batalhão de Engenharia de Combate. Interessados podem levar itens como água, leite, fraldas, produtos de higiene e limpeza, roupas, cobertores, calçados e alimentos não perecíveis, além de ração para animais. As agências dos Correios de diversos estados, como Paraná e Santa Catarina, também estão recolhendo doações.

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*Matéria alterada às 09:30 de segunda-feira, 13 de maio, para atualização de dados sobre a enchente.

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