Força Aérea Americana ganha reforço de união-vitoriense

As forças armadas dos Estados Unidos são uma das mais conhecidas do mundo. Para muitos brasileiros, fazer parte do grupo de militares americanos parece ser algo distante, mas para o união-vitoriense Lucas Pedroso é uma realidade. O militar de 31 anos saiu do Vale do Iguaçu em 2016 e foi morar em Boston, onde trabalhou com construção civil. Mais tarde, mudou-se para São Francisco, onde conheceu sua esposa. Algum tempo depois, Lucas conquistou o Green Card, uma autorização de residência permanente, que concede plenos direitos de cidadão americano para imigrantes. Com o Green Card, Lucas pode realizar seu desejo de entrar na Força Aérea Americana.

Força Aérea Americana ganha reforço de união-vitoriense

Para tanto, Lucas passou por um treinamento de cerca de dois meses na Lackland Air Force Base, em Bexar County, no estado do Texas. Lá, o dia a dia era puxado. O militar era acordado às 5h45 da manhã pelo som das cornetas. Então, tinha 10 minutos para escovar os dentes, fazer a barba e usar o banheiro. A primeira tarefa da manhã era corrida e a prática de exercícios de calistenia, flexões, abdominais e circuitos. Só após completar todas as atividades físicas podia tomar café da manhã. No buffet, geralmente, estava disponível uma refeição tipicamente americana, com omelete, bacon e batata. Além de todos os afazeres, Lucas também foi incumbido da responsabilidade de ser chefe de dormitório. “Eu era a mão direita do sargento para poder deixar as outras 47 pessoas que estavam no dormitório na linha, fazendo as coisas tudo certo”, explica.

Além dos treinamentos para excelência física, Lucas assistia aulas do curso da Força Aérea Americana, praticava tiro e chegou até mesmo a participar de exercícios em câmaras de gás. “Os caras colocavam gás lacrimogêneo para que a gente conseguisse sentir como que é asfixia”.

Força Aérea Americana ganha reforço de união-vitoriense

A formatura do treinamento aconteceu no dia 26 de julho, e Lucas, além de completar a capacitação com êxito, foi reconhecido como Top Graduate, o que quer dizer que o união-vitoriense foi o melhor aluno entre os 650 participantes. “Para você ser Top Graduated, o melhor graduado, é uma questão de pontuação. Por eu ser o chefe do dormitório eles dão tipo cinco pontos. A parte física, que vai de 0 a 100, eu tirei 97,5. Corri 2.4 km em 10 minutos e 46 segundos. Fiz 70 flexões em um minuto e 54 abdominais em um minuto. Também, eles faziam uma inspeção do armário. As roupas aqui não são dobradas, a gente tinha que enrolar as camisetas para elas ficarem bem compactas. Na minha inspeção do armário, para passar tinha que ter menos de 11 deméritos, e eu tive só um demérito, então isso me deu nove pontos. Também teve uma votação do meu pelotão para quem eles achavam que era o melhor líder. Essa votação me deu mais 20 pontos. Aí tinha a prova final, que o nome em inglês é End Of Course Test, que é o teste do fim do curso. Eu acertei 94 das 100 questões. Eu acabei ficando empatado com um cara e, graças a Deus, eu tive um melhor score de educação física, por isso que eu ganhei”, relata Lucas.

Lucas também ganhou três bandeirinhas para usar sobre o bolso esquerdo da camisa, o máximo ofertado no curso. “Todo mundo que se gradua ganha uma. Se você é atirador de elite ganha mais uma, e por ser graduado de honra ganha mais uma. Então no treinamento básico pode ter três, e eu consegui as três. E por ser o Top Graduate eu ganhei uma placa de madeira”.

Atualmente, o militar trabalha no setor de Electrical Power Production, cuidando dos geradores a diesel e a gás da Força Aérea. Mas em um futuro muito próximo Lucas deve conquistar um posto de Tactical Air Control Party, se tornando um operador especial.

Segundo o site da Força Aérea Americana, os membros da Tactical Air Control Party se unem com esquadrões do Exército e da Marinha na linha de frente de batalhas, tendo a responsabilidade de determinar ataques aéreos no alvo certo e no momento correto. “Esses especialistas altamente treinados passam por um intenso treinamento físico, técnico e mental para que consigam suportar as condições adversas impostas pelos combates e para que possam prover a munição necessária para que sua equipe consiga obter sucesso no campo de batalha”.

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