Pilha de entulhos mostra tamanho da destruição causada pela enchente

O Iguaçu já voltou para seu leito normal, mas as marcas do alagamento seguem visíveis em vários pontos da cidade e, em especial, em uma área na região do Rio Vermelho, local em que a prefeitura de União da Vitória tem armazenado os entulhos retirados dos imóveis invadidos pela água. Roupas, eletrodomésticos, móveis e muitos outros itens que fizeram parte da vida de famílias atingidas pela enchente agora se acumulam em uma gigantesca pilha de destroços.

Pilha de entulhos mostra tamanho da destruição causada pela enchente

Foto: Ivana Caroline Porn

Desde o início de novembro, quando começou o trabalho de limpeza, já foram retiradas das ruas mais de 2.000 cargas de entulho, algo em torno de 15.000 metros cúbicos de material. Segundo a prefeitura, a quantidade de lixo empilhada equivale a quase quatro campos do Estádio Municipal Antiocho Pereira. A área escolhida para o armazenamento do entulho foi indicada pelo Instituto Água e Terra (IAT).

Foram 30 km lineares de ruas limpas pelas mais de 70 pessoas que trabalharam em três turnos. Um problema apontado pelo prefeito Bachir Abbas, contudo, foi o de que muitas vezes as equipes precisaram retornar a um local que já havia sido limpo, visto que o entulho não era colocado para coleta todo em uma única vez. Agora, com previsão de que as equipes encerrem os trabalhos nesta sexta-feira, 22, Bachir relata que será disponibilizado um número para que a coleta de entulho seja feita por agendamento. “A quantidade de entulhos retirados é extremamente grande, e a gente vai continuar esse trabalho, mas precisamos da compreensão das pessoas. A gente passa em uma rua e para voltar, muitas vezes, demanda tempo, então a gente precisa da colaboração da população que quando nossas equipes estiverem fazendo a limpeza, que a pessoa já coloque todos os entulhos na rua”, solicita.

Junto das equipes da Secretaria Municipal de Obras e Departamento de Manutenção, participaram da limpeza das ruas o DEPEN, o 5º Batalhão de Engenharia e Combate Blindado, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), além do auxílio das empresas Paraná Resíduos, GR, Nelson Padovani, Marcos SK, Engemass, Procoenge, Compensa, Hobi e Flamaserv.

O espaço destinado para o armazenamento do entulho, inclusive, fica no terreno próximo ao utilizado pela Paraná Resíduos. Durante visita ao local, a reportagem de O Comércio teve a oportunidade de conversar com Mauro Bengui, funcionário da empresa, que acompanhou de perto o processo de limpeza da cidade.

Segundo Mauro, a equipe da Paraná Resíduos tem cuidado para que terceiros não mexam no entulho. Foi instalada uma cancela no local para que a área não seja invadida. Quanto ao conteúdo retirado das ruas, Mauro destaca que grande parte é madeira, e que a separação para reciclagem deverá ser feita de forma manual. “A máquina pode até esparramar, mas a juntada de plástico, de papel, papelão, tem espumas no meio, tem um monte de derivados no meio que, se tivesse sido separado na época, teria ficado muito mais simples para a própria prefeitura. (…) Se tivesse sido separado [pela população] todo esse material que está aqui, eu tenho certeza que a nossa cidade já estaria limpa. Os meninos já estariam descansando. (…) Esse caminhão que está saindo, você pode ter certeza que já estaria fazendo outros serviços em vez de estar puxando entulho. E são duas máquinas, é uma equipe grande que está lá na coleta de lixo. É uma porção de pessoas que tem que tirar o chapéu. Tem que dar os parabéns para toda a garotada da prefeitura”.

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