Secretário de comunicação e cultura lamenta invasão à Igreja Nossa Senhora do Rosário

Manifestantes se reuniram no sábado, 05, no Centro Histórico de Curitiba, para realização de ato em protesto ao assassinato de Moïse Kabagambe, de 24 anos. O imigrante congolês foi morto no dia 24 de janeiro, após receber 39 golpes de um taco de beisebol em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Os atos na capital paranaense aconteceram em frente à Igreja Nossa Senhora do Rosário, originalmente construída e destinada a negros escravizados. 

Imagem da igreja nossa senhora do rosário

No final do protesto, um desentendimento entre o padre e organizadores da manifestação fez com que a igreja fosse ocupada. Segundo presentes, o vereador Renato Freitas (PT) teria coordenado a invasão. Em nota, o PT do Paraná afirmou não ter participado da decisão de levar a manifestação para dentro da igreja. “Em relação ao ato público que ocorreu em Curitiba, a Comissão Executiva Estadual do PT do Paraná lamenta o episódio e esclarece que não participou nem da organização nem da decisão de adentrar o templo religioso.” Informou, ainda, que no momento em que adentraram à igreja, a missa já havia acabado. 

Renato, em nota enviada à imprensa, disse que os manifestantes adentraram a igreja como parte simbólica da manifestação. “entramos juntos na Igreja que estava vazia, de forma pacífica, relembrando que nenhum preceito religioso supera o amor e a valorização da vida”.

A Arquidiocese de Curitiba também se pronunciou, em nota, pontuando que a manifestação se deu no mesmo horário de celebração de missa naquele templo e que, ao solicitarem que o momento litúrgico não fosse tumultuado, “lideranças do grupo instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos”. 

Na tarde de hoje, o Secretário de Estado da Comunicação e Cultura do Paraná, João Evaristo Debiasi, se pronunciou a respeito dos acontecimentos na igreja Nossa Senhora do Rosário. Leia na íntegra: 

Respeito é uma palavra forte e que deve ser repetida diariamente nas nossas vidas. Respeito pela vida humana, pelo próximo, pela liberdade, pelas religiões, pela fé alheia, pela comunidade. Respeito é um sentimento que nos irmana apesar de todas as diferenças, inerentes a qualquer sociedade.

Por isso, devemos ter respeito pela família do jovem congolês Moïse Kabagambe, brutalmente assassinado no Rio de Janeiro. Respeito pelas manifestações pacíficas que pedem justiça e denunciam mais um caso de racismo no Brasil.

E lamentavelmente condenar a falta de respeito de parte de um grupo que entrou na Igreja do Rosário, no último domingo, em Curitiba, com bandeiras políticas e palavras de ordem, em uma cena de manifesto DESRESPEITO com a fé alheia.

A busca pela justiça é um dever. A luta contra excessos, também.

João Evaristo Debiasi 

Secretário de Estado da Comunicação e Cultura do Paraná

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