Vale do Iguaçu vivencia a segunda maior enchente desde 1983

Com a marca de 8,14 atingida pelo Iguaçu ao meio-dia de quarta-feira, 18, 2023 entra para a história do Vale do Iguaçu como o ano da segunda maior enchente desde 1983. Neste século, o rio nunca havia atingido marca tão alta. E não parou por aí. Às 16h desta quinta-feira, 19, o nível já estava na casa dos 8,29m.

Segundo a administração de União da Vitória, até a quarta-feira, 885 famílias haviam sido atendidas, em um total de 2.239 pessoas. O número de pessoas alojadas nos 19 abrigos disponibilizados pela prefeitura era de 756. Dessas, 22 estavam abrigadas em hotel, conforme determinação do governador Carlos Massa Ratinho Jr. A estadia é paga pelo governo estadual e prioriza o atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade.

Natália Pereira e família fazem parte do grupo hospedado pelo estado no Hotel 10. O filho de Natália, Brian Henrique, é autista. O marido possui problema de visão. Já a filha mais nova, Marjorie, é uma bebê de apenas três meses. A estadia no hotel, segundo Natália, é confortável, mas não é capaz de fazer a preocupação com a casa que deixou para trás sair de seus pensamentos. “Eu não sei nem como é que está a minha casa lá. Não sei se está com água ou sem água. Estava meu sogro tomando conta, mas até ele teve que sair. Minha sogra foi pra filha dela, pra minha cunhada. Ela tá bem, só o meu sogro tava preocupado que tava debaixo d’água. Até ele teve que sair com um amigo dele porque a água tava muito alta, muito alta, mas em casa, graças a Deus, tá tudo erguido, tá numa boa, vamos ver se vai acabar isso daí”.

Em reunião realizada virtualmente com o governador Ratinho Jr. na quarta-feira, o prefeito de União da Vitória, Bachir Abbas, destacou que o trabalho de todos deve ser diminuir o sofrimento de quem precisa deixar seu lar por causa da enchente. “É muito difícil as pessoas terem que deixar a sua casa para trás, e o papel do estado, ontem o pessoal dos Bombeiros, da Defesa Civil falou algo que é muito importante: a gente tem que diminuir esse desconforto das pessoas. O ideal era estar na casa deles, mas eles não estão. A gente sabe o drama de todos os municípios, mas em União da Vitória a cheia demora para baixar, então a gente vai ter essa situação por 20, 30 dias. É algo que perdura bastante. Ela não vem e sai rápido”.

O governador também falou sobre a dificuldade enfrentada pelos moradores de União da Vitória. “A gente sabe que é um momento muito difícil, mas que União da Vitória tem uma história de um povo trabalhador, lutador, que já venceu diversos percalços. E quem passou por uma pandemia, como nós passamos, eu tenho certeza que esse momento nós vamos passar também com muita tranquilidade, claro que buscando diminuir o flagelo da população que não tem como evitar esse problema de fazer as pessoas saírem de casa, que é realmente um transtorno. Mas a nossa preocupação, nesse momento, é salvar vidas e dar uma mínima condição de atendimento à essa população. Então, prefeito Bachir, parabéns pela sua liderança, e por você estar coordenando junto com todo nosso time esse processo que, se Deus quiser, vai passar nos próximos dias. E, precisando, dentro da nossa possibilidade aqui, vai nos avisando que a gente vai encaminhando para amenizar o problema em União da Vitória”.

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