Você sabe como funciona o SAMU regional?

Há pouco mais de dois anos o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) tem prestado atendimento em União da Vitória e região. Mas você sabe como o serviço funciona? Na região da Associação dos Municípios Sul Paranaense (Amsulpar) o SAMU é administrado pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Iguaçu (Cisvali) e pela Regional de Saúde.

Você sabe como funciona o SAMU regional?

O SAMU trabalha com dois tipos de atendimento: o primário, que acontece quando a população aciona o serviço pelo 192 e o secundário, que são chamados realizados por hospitais, pronto atendimentos e pela UPA em caso de transferência de pacientes. “Por exemplo, se nós temos um caso de um infarto, tem um paciente com infarto que precisa de um cateterismo e nós não temos aqui na região, eles acionam o SAMU, que tanto vai fazer o transporte como também vai fazer a busca da vaga. Então, o dígito 192 é hoje utilizado pela população para solicitar esse serviço e os estabelecimentos de saúde também usam esse canal”, explica a enfermeira-chefe da 6ª Regional de Saúde, Ângela Maria Brzezinsk.

Atualmente, as cidades de Bituruna, Cruz Machado, General Carneiro, São Mateus do Sul e União da Vitória possuem base com uma viatura Bravo, tripuladas por um técnico de enfermagem e um condutor socorrista. Além disso, União da Vitória e São Mateus de Sul também possuem uma viatura Alfa, uma espécie de UTI móvel, em suas bases. As cidades de Antônio Olinto, Paula Freitas, Paulo Frontin e Porto Vitória não possuem bases do SAMU, mas são atendidas pelas cidades vizinhas. “Nós sempre deixamos claro, isso foi muito pactuado e organizado desde o início, antes do funcionamento, de que as ambulâncias são da rede, de todos os municípios. Então, não é porque não tem base que não recebe o atendimento. Se uma ambulância de São Mateus do Sul precisar se deslocar até Bituruna, ela o faz”, comenta Ângela.

Segundo Gislaine de Fátima Schneider Schmidt, Secretária Executiva do Cisvali, órgão responsável pela contratação da empresa que faz a gestão do SAMU na região, todos os profissionais contratados para atuar no serviço precisam ter cursos avançados que os gabaritem para prestar o atendimento de urgência. O financiamento para o funcionamento do SAMU é tripartite, sendo que 47% do custeio é feito com recursos dos municípios, 21% com recursos estaduais e 30% com recursos federais. “De janeiro até agosto deste ano, junto com a Alfa e a Bravo nós tivemos 4.300 atendimentos, dentro de ocorrências clínicas, trauma, pediatria, obstetrícia, psiquiatria e outras transferências. Em média mensal nós temos o município de União da Vitória e de São Mateus como os que mais fazem as transferências. Temos os municípios que não têm as Bravos, mas aí também vai do município que tem a Bravo ou a Alfa se deslocar nos que não têm as unidades. Por exemplo, Porto Vitória, que é um município próximo, ele não tem base, então se precisar, independente de onde esteja a ambulância, se não tiver aqui em União da Vitória, pode ser acionada de outro município”, aponta Gislaine.

“A Alfa é uma UTI móvel, então a gente tem todo o equipamento, o aparato de uma UTI, só que num ambiente menor. A gente tem ventilador mecânico, tem monitor cardíaco. A gente pode realizar pequenos procedimentos dentro da ambulância, uma drenagem de tórax, passagem de marca-passo, acesso venoso central. Ela tem um aparato bem complexo. Por isso que a equipe tem que ser bem preparada. Hoje os nossos profissionais têm certificação internacional de AMLS e ACLS, que é para o atendimento ao paciente clínico e cardíaco. Essa é uma certificação válida por quatro, cinco anos, internacional. Então o profissional faz esse curso, faz a prova e se ele passa, ele recebe essa certificação. Os nossos enfermeiros, todos são pós-graduados e especialistas na área. E, além disso, eles têm que ter uma experiência já em UTI”, completa o enfermeiro Evaldo Dirceu Raczkoviak, coordenador do SAMU.


Quando acionar o SAMU?

Nem todas as situações devem ser atendidas pelo SAMU. O Serviço deve ser acionado pela população em casos clínicos, como mal súbito, desmaio, dores no peito, entre outros, no número 192. Em casos de acidentes e incêndios o indicado é que se acione o Corpo de Bombeiros, pelo 193.

Vale destacar que, quando uma pessoa aciona o SAMU em União da Vitória ou nas outras cidades atendidas na região, a ligação é atendida pela central em Curitiba, que posteriormente passa o chamado para as bases. Evaldo destaca que, no momento em que se é atendido pela central, é crucial que todas as informações sejam repassadas corretamente, para que as equipes não tenham problemas para localizar o endereço da vítima. “Sempre é importante passar todos os dados e passar o endereço correto para a gente localizar onde que essa vítima está. A gente tem algumas complicações, às vezes, pela demora do atendimento, mas não pela equipe. Porque demorou para ser acionado. E quando a gente chega lá, eu já tive equipe que foi até agredida pela demora, mas não é a demora da equipe nossa. Então, quando a gente é acionado, a gente já vai. Mas, infelizmente, às vezes a gente tá fazendo um outro atendimento. Por isso que eu peço para a população. Às vezes a gente vai no local, tem dois, três carros na casa, a pessoa tá há uma semana com dor de barriga e chama o SAMU. Eles estão tirando um serviço de emergência, que poderia estar atendendo um infartado, um AVC, para fazer um transporte. Infelizmente, a gente chega lá e se depara com essas situações onde a população acaba utilizando errado o serviço”, comenta.

A situação do acionamento do SAMU pelo 192 também é destacada por Angela. Segundo ela, uma das principais queixas da população é referente a dificuldade em conseguir contato com a central. “O que eu teria para dizer é que nós não estamos inertes a esses problemas. A gente reconhece não só esses como muitos outros, menores, mas que também existem, e que a gente tem trabalhado constantemente junto com os gestores, Cisvali e profissionais que estão na coordenação do Samu para tentar resolvê-los. Mas eles existem sim. Inclusive, os profissionais utilizam um canal que nós chamamos inconformidade. Todos os problemas que eles percebem, eles preenchem uma ficha de inconformidade para que regionalmente a gente possa, enquanto 6ª regional de saúde e Cisvali, estar trabalhando suas dificuldades. A população pode utilizar os canais de ouvidoria também”, relata.

“Quando a população precisar, nós estaremos lá. A equipe é bem preparada. Todos os profissionais são de excelência. Então, como disse a Ângela, quando tiver algum problema, a gente tem a ficha de inconformidade. O pessoal pode estar ligando, conversando ali nos canais, na ouvidoria, na 6ª regional. Porque também a gente tem que ver se está falhando algum ponto para estar melhorando. Então, às vezes a demora do atendimento na ligação não é aqui na cidade. Essa ligação cai numa central lá em Curitiba, passa pela regulação para daí ser acionada a ambulância aqui com a equipe”, complementa Evaldo.

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