“Homem simples, sem vaidade, mais de um coração enorme”

Alceu Lourenço de Paula foi mais uma história interrompida pela Covid-19

Arquivo Pessoal

O coração rubro negro de Alceu Lourenço de Paula parou de bater no dia 17 de abril, aos 57 anos, após 27 dias internado no Hospital Regional São Camilo. A Covid-19 vitimou mais um pai, marido e amigo. Após a divulgação de seu falecimento, sua rede social ficou repleta de homenagens. Nas fotos compartilhadas por familiares e amigos, a imagem de um homem sorridente, companheiro e dedicado à sua função. Alceu era chefe da 4ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), de União da Vitória, onde desempenhou o cargo por sete anos.

Homem de estatura média. Via a vida com lentes de aumento. Era chamado de Carlinhos por alguns. Mas, era popularmente conhecido com “Cagadinho”, apelido peculiar que recebeu nos campos de futebol, onde se destacou como artilheiro de vários torneios e campeonatos. Colecionou troféus e medalhas.

No dia 15 de março foi hospitalizado com sintomas da Covid-19. Após uma semana, foi para a UTI, onde permaneceu por 27 dias, vindo a falecer no dia 17 de abril.


O mais novo de 11

Nascido em Paula Freitas no dia 21 de fevereiro de 1964, filho de Leônidas e Julia de Paula. O mais novo de 11 irmãos.

“Passou sua infância na sua cidade de origem, cresceu no meio esportivo, onde fez várias amizades, muito conhecido por seu talento no futebol”, conta a esposa Alzenir.


Saúde de Leão

Conforme relata o filho, Alceu era um homem forte e prestativo. Nunca ficava doente.

“Tinha uma saúde de leão. Somente uma vez foi hospitalizado para fazer uma cirurgia “especifica”, a qual adorava contar para todos somente para darem grandes gargalhadas. A alegria fazia parte do seu cotidiano, mesmo com problemas e dificuldades, nunca demonstrava tristeza para as pessoas”.


De engraxate a chefe do Ciretran

Antes de chegar a chefia da 4ª Ciretran, Alceu exerceu diversas funções. Trabalhou como engraxate, borracheiro, garçom, pedreiro, vendedor de frios, vendedor de fotos aéreas, teve loja de consertos de eletro domésticos, revenda de gás, fez transporte escolar e foi instrutor de autoescola. Sempre envolvido na política, se tornou assessor do Deputado Estadual Hussein Bakri, vinculo que mais tarde garantiu sua nomeação como chefe da Ciretran.

“Desempenhou a função com muita dedicação, empenho e prazer. Enfim, inúmeras coisas as quais tinha sempre orgulho de contar”.


Simplicidade e família

Conta Dylan que o pai era um homem simples, sem vaidade. Mais de um coração enorme.

“Amava a família, amigos, todos tinham um lugar especial naquele coração gigante. Adorava ficar em casa. Era uma briga para sair, e outra briga para voltar, pois se empolgava com as pessoas nas conversas e contações de causos”.

Dedicado à família, casado com Alzenir Tereski de Paula, iriam completar 32 anos de casamento. Pai de Ana Flávia e Delyan, os quais ele tinha o maior orgulho.


Homenagens dos amigos nas redes sociais

“Meu coração está em pedaços… uma dor e uma tristeza gigantes… É difícil acreditar! Eu só consigo chorar e chorar e chorar… Que saudades do meu amigo! Amigo de dentro de casa e de dentro do coração! Tínhamos tanta coisa para viver juntos ainda. Alceu fará muita falta… mas estará para sempre presente em nossas memórias e nossos corações! Tua madrinha ou filhona (como costumava me chamar), ama você e é muito grata por todos os momentos vividos! Fica em paz!”

Gaby Bakri


“A vida não nos prepara para a despedida, sobretudo quando ela vem de forma repentina. Infelizmente, perdemos o nosso grande amigo Alceu, um irmão de coração, um companheiro de todas as horas, um servidor público sempre disposto a ajudar a população. Ficarão as boas lembranças daquele Alceu que, tão pequeno quanto eu, se dizia meu segurança; que era um entusiasta dos projetos que temos para União da Vitória; que era um incentivador nos momentos de dificuldade; que não media esforços para fazer o bem aos amigos próximos e também às pessoas que sequer conhecia. Que Deus conforte a família neste momento de dor profunda. Alceu, meu irmão, cuide de todos nós aí de cima. Sua memória e seu legado jamais serão esquecidos. Vai com Deus”.

Deputado Estadual Hussein Bakri


“Hoje meu coração está triste. Meu tio Alceu Lourenço De Paula, chamado carinhosamente de irmão Carlos, pois passamos nossa infância brincando, foi para os braços de DEUS devido a este implacável vírus Covid. Nada conforta a saudade que sinto do meu tio. Mas as recordações ajudam a perceber que ele continua aqui no meu coração. Descanse em paz Tio Carlos e a Luz perpétua o ilumine. Vamos confiar mais nos dons que os Cientistas receberam de DEUS, tomar a vacina, continuar os cuidados necessários e pedindo a misericórdia de DEUS”.

Otília Carneiro Dalprá


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