Qual a diferença entre controle de pragas e sanitização?

Ricardo Ferreira é farmacêutico, pós-graduado em Vigilância Sanitária e Manejo de Pragas Urbanas, além de administrar a Riprag Imunização e Controle de Pragas Urbanas no Vale do Iguaçu. Em recente entrevista à CBN Vale do Iguaçu explanou sobre o controle de pragas x sanitização.

Ricardo Ferreira é farmacêutico, pós-graduado em Vigilância Sanitária e Manejo de Pragas Urbanas, além de administrar a Riprag Imunização e Controle de Pragas Urbanas no Vale do Iguaçu. Em recente entrevista à CBN Vale do Iguaçu explanou sobre o controle de pragas x sanitização.

Ricardo Ferreira é farmacêutico e pós-graduado em Vigilância Sanitária e Manejo de Pragas Urbanas.

O especialista reforçou que o termo “dedetização” não é mais usual, pois fazia menção ao DDT, que é a sigla para Dicloro-Difenil-Tricloroetano, sendo o primeiro inseticida moderno. O produto foi desenvolvido em 1874 e começou a ficar conhecido após a Segunda Guerra Mundial; na época virou a solução doméstica para todos os tipos de praga.

Ricardo lembra ainda que o controle de pragas e a sanitização são fundamentais para evitar doenças e riscos à saúde humana. A sanitização está sendo muito usual em tempos de pandemia, por conta do Sars-CoV-2, causador da Covid-19. Explicou ainda que essa prática deve ser realizada com técnicas e produtos específicos, cuidados profissionais e ambientais de forma a evitar contaminação cruzada e/ou acidental de pessoas e ambientes.


Confira a entrevista

Jornal O Comércio (JOC): Como o senhor iniciou no ramo?

Ricardo Ferreira (RF): Como os próprios termos já dizem (controle de pragas e sanitização) se referem a área da saúde pública. A minha graduação foi em Farmácia, assim como os demais membros da minha  família. O aprendizado abriu um leque profissional e pensei: vou trabalhar com isso. Porém o interesse apareceu logo após eu me tornar funcionário público e atuar na coordenação da Vigilância Sanitária em Chapecó (SC). Eu percebi sobre a necessidade de uma empresa especializada na área, fui estudando até a montagem de uma empresa.

JOC: É um serviço muito requisitado na atualidade?

RF: Sim. O serviço de dedetização, hoje controle de pragas, já acontece há décadas. A sanitização teve um aumento na procura por conta da pandemia. No entanto, eu diria que existem dois tipos de clientes que buscam os serviços: sendo àqueles pela necessidade da renovação de alvará sanitário e de documentação; e àqueles com infestação alta neste sentido. Na região do Vale do Iguaçu constatamos que existe, em sua maioria, o aparecimento da praga cupim, em torno de 80% dos serviços.

JOC: Qual a diferença entre o controle de pragas e a sanitização?

RF: Ambos os procedimentos são usados para o mesmo fim, que é o bem estar da saúde da população, além da eliminação ou diminuição de agentes causadores de problemas, seja na saúde ou na parte econômica. A diferença mais nítida é que a dedetização diz respeito ao controle de pragas ou eliminação daqueles visualmente encontrados, como cupins, aranhas, entre outros. É um conjunto de ações técnicas, físicas e químicas para o controle de pragas que se complementam para um efetivo resultado com maior segurança e menor impacto ao meio ambiente. Já a sanitização combate os microorganismos, como vírus, bactérias, entre outros. É o processo de desinfecção que visa a eliminação em torno de 98% da carga de microorganismos patogênicos existentes no ambiente. Lembro que o termo dedetização já não é mais utilizado, mas sim controle de pragas.

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JOC: Como o serviço mudou ao longo dos anos? Houve evolução?

RF: As pragas no decorrer dos anos criaram uma certa resistência a qualquer pesticida e, com isso, teve uma necessidade no mercado mundial sobre a criação de novas substâncias. Por outro lado, hoje o uso de biocida, que é um conceito que se refere à substância que é capaz de eliminar organismos vivos, já não é mais tão explorado como era antigamente, pois na atualidade temos outras alternativas como o controle integrado de pragas, onde você vai fazer uma inspeção ou analisar biologicamente a praga, se é uma determinação baixa, alta ou média de infestação. A comunidade deve ficar atenta que ainda hoje existem no ramo o chamado ‘zé bombinha’ que anda com o produto químico nas costas, batendo de porta em porta e que podem causar danos à população e ao meio ambiente.

JOC: Em casos de dedetização (controle de praga) nas residências: quanto tempo se deve esperar para retornar ao ambiente após a realização do serviço?

RF: O ideal seria a realização do serviço em torno de três em três meses, ou seja, um planejamento junto a empresa. Orientamos sempre um planejamento para que o serviço seja executado no antes, durante e o depois da sua execução. Sempre se faz necessária uma limpeza bem feita por parte da empresa para que o tratamento seja fixado e com efeito residual no ambiente requisitado. Em relação aos cuidados recomendamos sempre guardar os objetos pessoais, como medicamentos, maquiagem, fechar armários, entre outros. Cada tipo de praga é tratada de uma maneira, se for aranha, mosquitos, tudo depende. Também orientamos sempre fazer a retirada de animais de estimação, de plantas, cobrir aquários, para que não haja risco de intoxicação. Algumas pessoas podem apresentar certo ranço do cheiro do produto utilizado, porém o indicado é retornar ao ambiente de seis a oito horas e sempre mantendo o local arejado. Já aos idosos, crianças e pessoas com comorbidades é interessante retornar ao ambiente somente 24 horas após a aplicação.

O termo “dedetização” não é mais usual, pois fazia menção ao DDT, que é a sigla para Dicloro-Difenil-Tricloroetano, sendo o primeiro inseticida moderno. O produto foi desenvolvido em 1874 e começou a ficar conhecido após a Segunda Guerra Mundial; na época virou a solução doméstica para todos os tipos de praga.

>> Ouça a entrevista na íntegra

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