Jaison Ramos, lembra dele?

Atleta natural de Porto União já brilhou por times internacionais. Atualmente é artilheiro no time da Acau em União da Vitória

 


Foi em uma quadra de cimento do pequeno colégio que fica localizado no bairro Santa Rosa, em Porto União, que Jaison Francisco Ramos deu os primeiros dribles em direção ao seu destino.

Anos depois, no dia em que é lembrado o Dia do Estudante, neste 11 de agosto, em um convite da direção da Escola de Educação Básica Antônio Gonzaga (que hoje já não é mais tão pequena), ele pôde voltar onde tudo começou.

(Divulgação/Antonio Gonzaga)

Com olhares curiosos e admirados, os alunos ouviram com atenção a história daquele que um dia já esteve no lugar deles. Emocionado e segurando o choro em todo o momento, Jaison contou como foi a sua trajetória.

“Hoje me segurei umas quatro vezes para não chorar na frente de todos. Não pela vergonha de chorar, mas sim pela emoção em estar aqui. Fico feliz pela oportunidade. Hoje o dia será inesquecível, assim como alguns títulos que eu já ganhei.”

No meio da plateia, olhinhos conhecidos do jogador brilhavam ao ouvir cada palavra.

“Foi uma alegria imensa ver os meus filhos ali, sentadinhos e me ouvindo no colégio onde tudo começou; onde eu dei os meus primeiros passos.”

Jaison Ramos ao lados dos filhos. ((Divulgação/Antonio Gonzaga))


Do bairro Santa Rosa para o mundo

Desde muito novo, Jaison sempre correu atrás dos seus objetivos. Começou com os jogos escolares defendendo a camisa da escola. Logo depois, jogou pela seleção de Futsal representando União da Vitória.

Em 2005 o atleta seguiu para Matelândia (PR) e em 2006, deu um show de bola no Rio Grande do Sul (RS).

“Para mim os jogos escolares sempre foram uma inspiração muito grande. Enquanto eu jogava, olhava para a arquibancada e minha família estava lá, torcendo por mim. Foi isso que me deu o incentivo e a moral para seguir adiante”.

Jaison ao lado dos pais (Divulgação/Antonio Gonzaga)

Em 2007, Jaison assinou o primeiro contrato para jogar fora do Brasil. De malas prontas, seguiu para a Espanha. Ainda, na bagagem, representou os times da Hungria, China e Irã.

“Olho para a minha trajetória e me sinto muito feliz, graças a Deus tive oportunidades incríveis e em cada lugar que eu passei, consegui pelo menos um título. Isso para mim é muito gratificante, pude levar o nome de Porto União da Vitória para esse mundão aí!”.

Atualmente, Jaison reside em Porto União novamente, e é artilheiro no time da Acau Bahniuk Futsal de União da Vitória.

(Divulgação)


Família

Com a voz um pouco embargada, ele lembra com carinho que, desde o início, a família sempre foi o ponto fundamental para a escolha da sua carreira.

“Sempre fui um cara afortunado com a família que eu tenho, ela sempre me incentivou e deu todo o suporte que precisei. Nela, tive exemplos de atletas profissionais como o Luizinho Cruz e o Kiko. Anos depois eu conheci minha esposa, que também sempre gostou muito de esporte, foi onde alavancou o meu sonho de criança! E, graças a Deus, deu tudo certo.”


Vale do Iguaçu e o esporte

(Divulgação/Antonio Gonzaga)

Com experiência em outros times, Jaison voltou ao Vale do Iguaçu, agora mais maduro e com uma visão ampla sobre o esporte.

“Sempre comento que a nossa cidade é muito rica de material humano, com belíssimos jogadores, porém o que falta é um pouquinho de dedicação. Muitas vezes os meninos têm esse sonho e não estão focados como deveriam estar, mas isso é uma coisa que estamos trabalhando. Graças a minha experiência e a de outros jogadores, estamos mudando a visão, não só dos atletas, mas da cidade em geral para nos apoiar. E com certeza está dando tudo certo.”


Olimpíadas

“Eu, como apaixonado pelo Futsal, fico triste por ele ainda não ser um Esporte Olímpico. Mas, já está “engatinhando” para isso. Sei que temos capacidade. Cada vez mais os atletas estão começando a obrigar os nossos “chefes” a investirem um pouco mais no esporte. Mesmo os amadores na competição, conseguiram um ótimo resultado. Agora, imagine se tivessem um pouquinho a mais de incentivo. A gente fica triste por essa falta, mas feliz por esses atletas que nos representaram, e com certeza fizeram bonito pra caramba!”


Sonhos

Questionado sobre o que é preciso para correr atrás dos sonhos, Jaison diz que “primeiro de tudo, além de dedicação e seriedade, duas coisas que eu aprendi em casa, e tento passar para os meus filhos, que é a humildade e a educação! Independentemente do que você faça e de onde está. Se você tiver isso na sua vida, vai ser sempre bem quisto em todo lugar. São coisas que eu levo para vida. E a frase que eu sempre falo: nunca deixe de sonhar. Eu me sinto realizado, mas hoje tenho outros objetivos. Sou um cara que vive de sonhos e, se Deus quiser, irei realizar cada um. Por mais que agora os meus sonhos não sejam mais só comigo, mas com os meus filhos e minha família. Juntos, vamos crescendo a cada dia. É como a família Antônio Gonzaga, ela cresceu muito e eu fico muito feliz. É um dia que vai ficar na história. Hoje eu ganhei deles (da Escola Antônio Gonzaga) um troféu, mas como vitorioso da vida. E, com certeza, ele vai ficar na prateleira lá de casa, ao lado de todos os outros.”

Jaison recebendo da professora Priscila Chapiewski o troféu da Escola de Educação Básica Antonio Gonzaga (Divulgação/Antonio Gonzaga)

Hoje eu ganhei deles (da Escola Antônio Gonzaga) um troféu, mas como vitorioso da vida

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