Você está cuidando bem do seu Pet?

Um animalzinho de estimação é um ótimo companheiro, e o brasileiro sabe muito bem disso. Prova é que, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o país possui a terceira maior população de animais domésticos do mundo. São cerca de 54,2 milhões de cães, 39,8 milhões de aves, 23,9 milhões de gatos, 19,1 milhões de peixes e mais 2,3 milhões de outros tipos de pets.

Você está cuidando bem dos seus animais?

Mas possuir um bichinho vai muito além do que mantê-lo por perto. Eles precisam de cuidados especiais para garantir sua saúde e bem estar. Para alertar sobre algumas das principais precauções que devem ser tomadas pelos tutores, conversamos com o veterinário e colunista da CBN Vale do Iguaçu, Maurício Bostelmam, que traz algumas dicas.


Confira a entrevista

Jornal O Comércio (JOC): Maurício, quais os cuidados básicos que o tutor deve ter com seu pet? Maurício Bostelmam (MB): Os animais domésticos não necessitam de cuidados extremos. Porém, ter um lugar adequado, isso é, um espaço tanto faz se é no pátio de casa, canil ou apartamento. Alimentação adequada, no caso água e comida. Cuidados básicos com parasitas internos e externos como vermes intestinais, pulmonares e cardíacos, além de sarnas, pulgas, piolhos e carrapatos. Fazer as vacinas periódicas conforme a espécie criada e visitas ao veterinário não somente quando estão doentes mas de forma preventiva é o mínimo que se pode sugerir de cuidados com os animais estimação.

JOC: Quais as vacinas necessárias para cães e gatos?

MB: Para os gatos é recomendado a vacina polivalente quádrupla ou quíntupla, com intervalos recomendados pelo veterinário ou pelo fabricante da vacina, além da vacina da raiva, que é uma dose anual. Recomendamos uma vez por ano o reforço da vacina da raiva e da vacina polivalente. Os cães devem receber a vacina Polivalente para cães, que é a vacina déctupla com intervalos regulares, geralmente de três a quatro doses quando filhotes, e uma vez ao ano quando adultos. Também uma vez por ano a vacina da raiva, que são as duas vacinas consideradas obrigatórias. Usamos também nos cães a vacina da gripe canina, que é uma doença respiratória transmitida por bactéria, e também a da giárdia, que é um protozoário parasita intestinal que é uma zoonose, ou seja, uma doença que passa dos humanos para os cães e dos cães para os seres humanos e que provoca vômito e diarreia.

JOC: Com que frequência é aconselhado levar o bichinho ao veterinário?

MB: Quando filhotes recomenda-se visita mensal para vacinação ou conforme o médico veterinário julgar mais adequado. Animais adultos devem ser levados pelo menos uma vez por ano e para animais idosos recomenda-se visitas de seis em seis meses. Eu sempre falo em relação a equivalência de idades. Mais ou menos um ano de idade de um cão de pequeno porte corresponde a cerca de cinco a sete anos de uma pessoa. Isso é: se você leva o seu cachorro de pequeno porte uma vez por ano no veterinário equivale dizer que você vai ao médico a cada cinco a sete anos.

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JOC: Devo levar meu bichinho ao veterinário sempre que ele apresentar alguma atitude estranha?

MB: A princípio, não. Porém, qualquer atitude diferente deve ser acompanhada. Não se deve achar que tudo é emergência. Primeiro cabe observação e, caso o sintoma continue, é bom procurar ajuda pois toda doença quando diagnosticada e tratada precocemente responde melhor ao tratamento preconizado.

JOC: Quais doenças são preocupantes para os animais domésticos?

MB: A gente entende que toda doença preocupa, desde uma simples infecção de ouvido até um problema cardíaco grave, por isso é sempre importante buscar ajuda precocemente.

JOC: O que preciso saber antes de adotar um animalzinho?

MB: Essa é realmente uma pergunta bastante pertinente e eu respondo ela com várias outras perguntas. Então eu estou disposto e apto a cuidar dele 15 anos em média, sem férias? Tenho condições físicas, isso é, um local adequado para ele se estabelecer como uma casa, canil, apartamento, chácara? Caso more em um apartamento, estou disposto pelos próximos 15 anos a sair com cãozinho duas a três vezes por dia para passear, faça chuva ou faça sol? Tenho condições financeiras para isso? Não só para ração, teremos vacinas, vermífugos, consultas ao veterinário, adestrador, acessórios entre outros. Alguém da casa é contra? Se for, é interessante primeiro esclarecer, senão isso pode se tornar um grande problema familiar. Já temos outro cachorro ou gato em casa? Esse novo animal pode entrar em conflito com o que já existe? Outra pergunta interessante é saber se quando a gente mora num lugar alugado, se eles permitem animais, se o contrato diz que permite animais, senão isso pode causar um grande problema. Outro detalhe é a questão de planos de mudança de casa ou de cidade em um futuro próximo. Se caso positivo, esse mascote vai poder ir junto? Essas são algumas das perguntas que devem ser respondidas a contento antes de se adotar um animal.

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