Sonar auxilia Bombeiros de Porto União em buscas por desaparecidos

Um sonar recebido pelo Corpo de Bombeiros de Porto União no início do mês foi crucial para a localização do veículo Celta que foi resgatado do Iguaçu na semana passada. O aparelho foi oferecido à corporação pelo Ministério Público catarinense e funciona com base na propagação de ondas sonoras que, segundo a fabricante, conseguem determinar a distância até um objeto a partir da medição do tempo de resposta entre a transmissão da onda sonora e sua reflexão, ou seja, seu retorno após “bater” em algo.

Sonar auxilia Bombeiros de Porto União em buscas por desaparecidos

O sonar foi utilizado pela primeira vez justamente nas buscas pelo Celta. A água turva e a forte correnteza do Iguaçu na região conhecida como Balneário Santa Rosa, em Porto União, dificultaram o trabalho dos mergulhadores. Outro empecilho foi a distância do carro para o suposto local onde ele teria entrado nas águas do rio. Os bombeiros estimavam que o veículo estivesse a cerca de 20m de distância, mas foi encontrado a 80m, em uma região cercada por mata. Devido às adversidades, optou-se por utilizar o aparelho, que foi de grande ajuda.

“Esse sonar que faz uma leitura de fundo e, além da leitura de fundo, nele aparecem objetos como tronco de árvore. (…) Na primeira descida nós não encontramos [o carro], mas quando nós voltamos com o sonar, apareceu nitidamente o formato do veículo, confirmou que o veículo estava ali. Não aparece certinho o ponto [no sonar], mas nós sabíamos que estava naquela proximidade”, explica o Sargento Gatto, comandante do grupo especializado em buscas por desaparecidos.

O veículo foi localizado com vidros e portas fechadas. Em um primeiro momento, como noticiado por O Comércio na edição da sexta-feira, 18, optou-se por puxar o carro para uma área próxima a um barranco para que os corpos dos três ocupantes fossem removidos. Após, o Celta foi devolvido ao rio para ser içado no dia seguinte, com a ajuda do 5º Batalhão de Engenharia e Combate Blindado de Porto União.

Segundo o sargento, a varredura com o sonar é rápida e, com poucas passagens do equipamento, é possível localizar objetos e identificar a situação do fundo do rio, mostrando se há buracos, vegetação ou algum tronco que possa atrapalhar os mergulhadores, o que aumenta a segurança dos profissionais. “Esse sonar é muito eficiente para esse tipo de informação, principalmente para aqueles que vão descer para mergulhar”.

Além do sonar, o Corpo de Bombeiros de Porto União adquiriu uma máscara full face, que permite que o mergulhador permaneça com o rosto seco mesmo embaixo d’água, e deve receber em setembro uma câmera de alta resolução para auxiliar nas buscas. “Nós queremos melhorar essa eficiência nossa, para ir mergulhar no local certo e tirar esse sofrimento da espera, sabe? Nossa intenção é melhorar, porque a espera é muito difícil para os familiares”, comenta Gatto.

A prevenção contra acidentes em rios, cachoeiras e no mar também é um trabalho visado pelos bombeiros, com a realização de palestras e conversas, principalmente com jovens. “O mar é extenso, mas dá pouca ocorrência de afogamento, porque lá, geralmente, é guarnecido. Mas os rios, as cachoeiras, os locais que nós temos aqui  não são guarnecidos. (…) Nós colocamos sinalizações, placas, e fazemos palestras para orientar. Nós tentamos levar essa informação, principalmente para jovens adolescentes, que eles mesmos levam para os pais essas orientações. Não falamos só de rio, de cachoeira. Falamos sobre o mar, porque a maioria das vítimas no mar, infelizmente, somos nós da serra. O pessoal do interior, que não conhecemos o perigo do mar. Os nativos lá no mar, eles sabem que tem corrente de retorno, as praias perigosas, então eles evitam esses pontos. O pessoal nosso, não. Chega lá e acha que é tudo igual, mas não. Tem locais perigosos”, alerta o sargento.

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