“A pior sensação é quando falam que você será intubado… O medo de morrer te domina”

Engenheiro Civil, Rafael Paes, morador de União da Vitória, relata a sua angustiante jornada contra a Covid-19


Desde o começo da pandemia, em março de 2020, somos bombardeados por notícias de mortes decorrentes de Covid-19. O cenário é assustador.

 

Então, quando começam os primeiros sintomas da síndrome respiratória, o medo toma conta. E, quando é confirmada a contaminação, a sensação de impotência diante do vírus é gigante. Os números de contaminados pela doença não param de crescer, e uma grande porcentagem desse número precisa de internação para combater a Covid-19.

 

Rafael Paes, de 31 anos, passou por momentos de incerteza e medo. Morador de União da Vitória, o engenheiro civil sentiu os primeiros sintomas da Covid-19 no dia 05 de maio. No primeiro teste, feito em laboratório particular, resultado negativo.

 

Como os sintomas persistiam, ele realizou uma bateria de exames, e por recomendação médica realizou um novo teste. Após três dias, novamente resultado negativo.

 

“Retornei ao médico, como dois testes haviam dado negativo, realizei mais exames, e recebi indicação para procurar um médico infectologista.”


AGRAVAMENTO DE SAÚDE

 

 

Após alguns dias do segundo teste negativo, Rafael teve piora nos sintomas apresentando falta de ar e foi internado no hospital APMI.

 

No dia seguinte, após realizar uma tomografia apareceu o comprometimento de 50% dos pulmões.

“Me colocaram no isolamento de covid, pois, segundo o médico, mesmo com os testes negativos o meu quadro clínico era claramente de Covid-19”.


INTUBAÇÃO

 

Rafael começou usando apenas oxigênio, depois máscara de oxigênio, e por fim, com a piora do quadro e, devido à saturação baixa, ele precisou ser transferido para a UTI e deveria ser intubado.

 

Neste dia ele realizou um terceiro exame. Após três dias de intubação na Unidade de Terapia Intensiva, foi confirmada a doença.

 

“A pior sensação disso tudo é quando o médico fala que você será intubado, é um misto de sentimentos ruins, onde o medo de morrer te domina.”

 

Durante os 12 dias em que esteve intubado, foi detectada uma bactéria nos pulmões, o que fez o quadro de saúde do engenheiro agravar. Depois veio a falência dos rins, onde precisou de hemodiálise, e mais uma vez o quadro piorou devido a outra bactéria.


TRAQUEOSTOMIA

 

Mesmo depois de passar pela hemodiálise, foi sugerida uma cirurgia de traqueostomia para Rafael. Após cirurgia, começaram a diminuir a medicação para que ele acordasse, o que aconteceu 15 dias após o internamento.

 

“Quando retomei a consciência, tive restrições de movimentos nos braços e pernas, bastante dificuldade em falar e se alimentar.”

 

No hospital, já iniciou as primeiras sessões de fisioterapia.

 

“Elas foram fundamentais para minha recuperação rápida”.

 

 

Rafael ficou ao todo 14 dias intubado.

 

“Durante o período em que estive no hospital eu sinceramente estava com muito medo de morrer, mas quando ganhei alta, foi a melhor notícia que já recebi. Hoje vejo a vida com outros olhos, agradeço muito a Deus por ter o melhor pai, a melhor mãe e a melhor esposa, eles são fundamentais todos os dias na minha recuperação.” Ele recebeu alta no dia 02 de junho.

 


CUIDADOS

 

Segundo Rafael, os cuidados agora são manter sempre o uso da máscara, evitando aglomerações e fazendo o uso de álcool em gel. Para a retomada dos movimentos está fazendo sessões diárias de fisioterapia. Ele é funcionário da Pormade e já retornou para as atividades na empresa.


AGRADECIMENTO

 

“Primeiramente gostaria de agradecer a todos os heróis do hospital APMI, que me deram um excelente atendimento e também a todas as pessoas que torceram, rezaram, deram apoio aos meus familiares neste momento difícil que passamos juntos! Meu muito obrigado e minha eterna gratidão a cada um! Espero que em poucos dias eu consiga retomar a minha vida normal.”

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