Nota falsa: o que fazer quando receber uma

Com nova cartilha do Banco Central, bancos são obrigados a trocar notas falsas que são sacadas de caixas eletrônicos, já no comércio o esquema é diferente

·
Atualizado há 8 anos

Nesta semana um comerciante de União da Vitória procurou a redação de O Comércio. Ele explicou que ao tentar realizar o depósito dos rendimentos do dia em um banco local, a caixa suspeitou de uma nota de R$ 100. Na ocasião ela disse que a nota seria falsa e a única afirmação foi de que seria enviada para análise. Contudo, todo esse processo de envio para análise e verificação o deixou um tanto confuso. O que fazer para saber se a nota é falsa? Como, sem qualquer teste em frente a pessoa, pode ser considerada uma nota suspeita? Quem sairá no prejuízo?

De acordo com as novas regras do Banco Central, publicadas há dois meses, o prejuízo pode ser anulado caso a nota falsa seja sacada de um caixa eletrônico do banco ou de algum ponto de atendimento 24 horas. Funciona assim: se o dinheiro suspeito for sacado no caixa eletrônico ou caixa 24 horas, as cédulas devem ser entregues em qualquer agência do qual a pessoa seja correntista e o banco é obrigado a trocar o dinheiro. Isso também vale para os aposentados que não têm conta em banco e sacaram as cédulas suspeitas.

Como as agências têm o registro da movimentação nos caixas, não é necessário apresentar extratos para fazer a substituição. Além disso, também não é exigido o registro de boletins de ocorrência. Basta procurar o banco de imediato.

Segundo o BC, o dinheiro armazenado nos caixas é de responsabilidade dos bancos. Portanto, nas situações em que a falsificação ficar comprovada, as instituições ficam sujeitas a sanções administrativas.

Essa medida foi definida pelo Conselho Monetário Nacional em maio, mas ainda precisava de regulamentação, que foi firmada em junho. Anteriormente, os bancos costumavam substituir as cédulas, mas o prazo de troca dependia da relação da instituição com o cliente.

Já no comércio é diferente. Caso a pessoa receba o dinheiro falso em outras operações, como em compras e vendas no comércio, a recomendação é entregar as cédulas em qualquer banco. Nesse caso, a agência vai registrar os dados pessoais do cidadão, como nome e CPF, e as cédulas serão enviadas em até 45 dias para o Banco Central, que vai analisar o dinheiro em até 20 dias depois de receber o dinheiro.

Se ficar comprovado que ele é legítimo, a pessoa será reembolsada e o dinheiro será creditado na conta corrente. Caso contrário, não há ressarcimento.

Todo esse processo de verificação por parte do BC pode ser acompanhado pelo site do órgão. O órgão também alerta que ninguém deve aceitar esse tipo de moeda, pois é oriundo de ações criminosas e, por isso, é preciso estar atento aos sinais de segurança: www.bcb.gov.br/pt-br.

Dinheiro falso

Para saber se o dinheiro é irregular, o Banco Central também indica algumas medidas:

1 – Observar a marca d’água segurando a cédula contra a luz e olhar pela frente da nota e observar na área clara as figuras que representam os animais.

2 – Ao sentir o alto-relevo, você percebe a diferença de tato em algumas áreas da nota, como no numeral do canto inferior esquerdo e nas extremidades laterais da nota.

3 – Sempre que possível, comparar a cédula suspeita com outra que se tenha certeza ser verdadeira.