Bolsonaro faz cortes no orçamento federal e atinge obras em rodovias de SC

Mais uma vez o anúncio de corte de recursos do orçamento federal atinge obras importantes para Santa Catarina. A informação de que o presidente Jair Bolsonaro retirou R$ 43 milhões do que estava previsto para as BRs 470, 280, 163 e 101 compromete o andamento dos serviços das rodovias e coloca em risco mais vidas catarinenses. Além disso, impacta no escoamento da produção, que depende muito desses caminhos para chegar aos portos de SC. Em novembro de 2021, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas havia anunciado a retirada de R$ 40 milhões dessas obras, mas com a garantia de que seriam reposicionados ao longo de 2022, numa manobra orçamentária que foi classificada de “pedalada” pelo presidente da Facisc (Federação das Associações Empresariais de SC), Sérgio Rodrigues Alves – ex-secretário da Fazenda estadual. O ano começou, nenhum anúncio de recolocação foi feito e, pior, mais uma boa fatia é dispensada do que estava previsto. E pior de tudo é o gesto para um Estado que sempre abriu os braços para o governo federal. Ao todo, serão R$ 18 milhões da BR-470, no Vale do Itajaí; R$ 4 milhões da BR-280, no Norte de SC; R$ 860 mil da BR-163, no Oeste; e R$ 20 milhões para obras de vias marginais em Araranguá, no Sul do Estado. Esses valores não paralisam os trabalhos, mas como seriam usados para desapropriações, certamente terão impacto na entrega dos trabalhos. Vale lembrar que, excetuando o trecho da BR-101, todos os outros foram beneficiados por uma ação integrada entre o governo do Estado e a Alesc, que garantiram o repasse de R$ 465 milhões de recursos estaduais, sendo BR-470 (R$ 300 milhões), BR-163 (R$ 100 milhões), BR-280 (R$ 50 milhões), além da  BR-285 (R$ 15 milhões). Como 2022 é ano eleitoral e a relação entre Carlos Moisés (sem partido) está longe de ser amigável com Jair Bolsonaro (PL), não dá para desassociar um fato do outro. E mais uma vez quem perde são os catarinenses.

Corte de recursos do orçamento federal comprometem obras em rodovias, como na BR-470 | Foto Julio Cavalheiro/Secom

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