Sebrae PR lança programa para ampliar investimento em Startups

Iniciou neste mês o cronograma de formação de investidores anjos. Desenvolvido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Paraná, com a participação da Harvard Business School Alumni Angels of Brazil (HBSAAB), associação sem fins lucrativos, fundada por brasileiros que foram alunos da Universidade Harvard (EUA), interessados em investir em capital financeiro e intelectual em novas empresas.

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No programa, os investidores anjos, ou seja, empresários e empreendedores que investem capital próprio em startups e empresas inovadoras, passarão por uma capacitação feita de forma 100% remota. A programação da formação segue até 26 de maio. Neste primeiro momento, o treinamento é realizado de forma piloto e, mais tarde, deve ser aplicado em todo o país pelo Sebrae Nacional.

A primeira turma conta com 30 participantes, selecionados entre 142 inscritos no Estado. Os escolhidos passaram por entrevistas, e análises nos aspectos técnico, financeiro e comportamental. União da Vitória é uma das cidades representadas no programa, por meio do empresário Luilson Schwartz. Segundo ele, o programa visa ensinar e criar a cultura do investidor anjo, que é uma figura responsável não apenas pelo investimento financeiro, mas também pela colaboração com mentoria e troca de experiências visando, principalmente, o investimento no jovem empreendedor. “É um programa muito bacana que vem de encontro, eu acredito, com o que a gente precisa na região para criar oportunidade para pessoas que estão principalmente saindo de uma faculdade e que querem iniciar o seu negócio. Eu fiquei muito contente de ser uma dessas 30 pessoas que foram selecionadas para iniciar esse programa”, comenta.

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Para Luilson, o programa ajuda a diminuir o receio que possíveis anjos possam sentir no momento de investir em uma startup ou empresa inovadora, proporcionando as ferramentas necessárias para que o empresário saiba como avaliar se determinado investimento é vantajoso. “A gente tem uma troca também de informações, uma troca de cultura, troca de diversas situações que você vai além de aprender no curso, aprendendo sobre outros setores. É aí que eu acho que está o grande ganho do curso, além do próprio conhecimento didático e da parte teórica, é a troca de conhecimento com esse pessoal. As pessoas que estão dando os cursos são todos formados em Harvard. São pessoas que já investem no mercado. São pessoas que não tem só a parte teórica, tem a parte prática também e que podem passar essa experiência para nós, o que é de grande valia para o investidor que está buscando fazer um investimento em pessoas na sua região. Eu acho que a gente tem bastante material humano aqui na nossa região com as nossas faculdades. Aqui o pessoal que está saindo dos bancos das faculdades e que tem bastante ideia e às vezes não tem o recurso correto e não tem a mentoria correta às vezes para investir, para fundar a empresa, e a gente vai tentar aprender bem para tentar replicar isso para mais investidores para que possam ser investidores anjo no futuro próximo”.

O diretor de Operações do Sebrae Paraná, Julio Cezar Agostini, acredita que a falta de recursos financeiros não é o maior empecilho para os investidores anjos. “O que nós descobrimos, ao longo do tempo, é que não faltam recursos financeiros. O que falta é a cultura de investir em empreendimentos de risco, como empresas inovadoras, como acontece nos Estados Unidos e Europa. Os investidores anjos podem contribuir com os empreendimentos inovadores com o que chamamos de smart money, ou seja, além do dinheiro, agregar a experiência de negócios nas startups”, acrescenta o diretor.

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Mais do que um investimento em empresas com futuro promissor, Luison vê no investimento em pessoas e ideais uma oportunidade de melhorar a qualidade de vida na região. “Nós temos aqui várias empresas que já trabalham com tecnologia, empresas que são de ponta, que estão inovando aqui. Isso que nós temos que buscar na nossa região. Uma região rica em termos de pessoas, de ideias é uma região muito boa em termos de qualidade de vida, então a gente tem que buscar cada vez mais melhorar, investindo nas pessoas, investindo nas ideias, Eu tenho certeza que dentro em breve a gente vai ter uma qualidade de vida muito melhor do que hoje”.


Panorama das startups paranaenses

Segundo levantamento do Sebrae Paraná, entre 2020 e 2021 o Estado possuía 1.434 startups. As verticais de negócios (nichos de atuação) mais comuns no Paraná, de acordo com a pesquisa, são o do agronegócio (141 startups); saúde e bem-estar (121 startups); internet e comunicação (104 startups); construção civil (85 startups) e educação (81 startups).

A região paranaense com mais startups é a leste, com 444 empresas (31%), seguida pela norte, com 275 (19,2%); sul, com 249 (17,4%); oeste, com 193 (13,5%); noroeste, com 175 (12,2%); e por fim o centro, com 98 empresas (6,8%). Na região da Associação dos Municípios Sul Paranaense (Amsulpar), que faz parte da regional sul do Sebrae Paraná, apenas três cidades aparecem na listagem de municípios com startups: União da Vitória, com cinco empresas, e Paulo Frontin e São Mateus do Sul, com uma cada.

startups no paraná por região

Fonte: Sebrae Paraná

Quanto ao perfil dos fundadores das startups paranaenses, grande parte deles possui entre 31 a 40 anos (42,3%). Em seguida estão aqueles com 26 a 30 anos (20,2%); mais de 40 anos (19,5%); 21 a 25 anos (14,6%) e, por fim, empreendedores com menos de 20 anos (3,4%). A maioria das startups do estado foram fundadas por homens (77,3%).

 

No Paraná, 16 startups disseram ter recebido investimento superior a R$5 milhões. A maioria (400 startups), contudo, afirma ter recebido investimento de até R$100 mil. Os investidores anjo são a maior fonte de investimento em startups no Estado.


Afinal, o que é uma startup?

É um termo utilizado para definir empresas jovens ou recém criadas e que apresentem grande capacidade de crescimento. Precisam ser negócios escaláveis, ou seja, que consigam crescer e gerar receita de forma mais rápida que uma pequena empresa tradicional. As startups também têm um pé na tecnologia, e a utilizam a seu favor para ajudá-las a inovar. Os custos de uma startup também costumam ser mais baixos se comparado a outras empresas, em contrapartida os lucros geralmente são maiores.

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