Espaço cultural: imigrações Alemã e Italiana

Eles, os imigrantes, vieram para o Brasil atravessando o oceano e, se parafraseassem a carta do Descobrimento, poderiam dizer “por mares nunca antes navegados”.

Espaço cultural: imigrações Alemã e Italiana

Foto: Ricardo Silveira/Acervo

Atualmente, quantos ainda são os descendentes desses imigrantes que, nos diferentes setores da Nação, trabalharam e trabalham pelo crescimento da população e o desenvolvimento do Brasil.

Das primeiras correntes imigratórias, nesse ano de 2024, duas estão em festa comemorando aniversário em sua nova terra: a alemã com 200 anos e a italiana com 150 anos.

Seria repetitivo, tal o conhecimento que nos foi legado, dizer que esse povo vindo de países mais frios procuraram estabelecer-se no sul do País, dada a adaptação aos fatores climáticos e topográficos semelhantes aos países de sua origem. A terra fértil para o plantio no provimento da subsistência, a madeira adequada na construção de moradias, a prática religiosa do catolicismo e da evangelização, os hábitos da vida social, tudo favorecendo sua nova vida, propiciou seu estabelecimento também no Vale do Iguaçu.

Os alemães entraram em Santa Catarina, preferencialmente pelo porto de São Francisco, subiram o planalto norte do Estado e ali se estabeleceram com residências e profissões.

Os italianos, muitos chegaram em São Paulo pelo porto de Santos e  seguiram para as  fazendas cafeeiras dos estados paulista e mineiro. Outros desembarcaram no porto Rio Grande, do Rio Grande do Sul, adentraram o norte do estado e foram, principalmente, para o oeste e sudoeste dos estados catarinense e paranaense.

Alemães e italianos por aqui se estabeleceram com a família ou casaram  e constituíram  uma linhagem que proporcionou, ao longo desses tantos anos, a criação e funcionamento de empresas, indústrias, educandários, casas comerciais, associações, cooperativas, clubes recreativos e templos religiosos.

Atualmente temos ainda entre nós pessoas que representam a imigração  alemã,  principalmente quando ligados a Igreja Evangélica Luterana de Porto União e ao Instituto Cultural Grünenwald. Certamente neste ano muito será resgatado dessa bela história na região do Vale Iguaçuano.

As memórias familiares que, possivelmente evidenciadas, numa importante históriografia e na cultura desses imigrantes, com certeza constituir-se-a em obra literária a enriquecer, como fonte de consulta, as bibliotecas.

Quanto aos italianos, são muitos aqueles que viveram ou vivem através dos descendentes em Porto União e União da Vitória. A propósito, quando festejamos o centenário do município de União da Vitória, representantes de italianos, foram homenageados pelos prefeitos das duas cidades: a senhora Gema Balardini Benghi, nascida em Conselice, na Itália, em 1890, e o senhor Antônio Zortéa, nascido no Rio Grande do Sul, em Lagoa Vermelha, no ano de 1894, que veio estabelecer-se em União da Vitória.

A escolha dos homenageados esteve a cargo da etnia italiana após rápida pesquisa, junto a comunidade, das famílias pioneiras chegadas em nossa região: Sarti, Benghi, Codrignani, Balardini, Muncinelli, Strozzi, Tarlombani, Testi, Maltauro, Corelini, Dondeo, Codagnone, Lona, Contin, Pasqualin, Dalprá,  Mazalli, Muzzolon, Veneri, Caneparo e Dener.

Com a tecnologia, cada dia o mundo fica menor, tal a facilidade de comunicação e, dando margem a globalização, desperta nas pessoas o interesse em conhecê-lo em viagens pelos mais diversos motivos: para lazer, pelo intercâmbio cultural, pela busca de especializações, para assumirem cargos ou compromissos no exterior, tudo levando a pesquisa genealógica, tendo em vista a  naturalização que se faça necessária.

E a dificuldade torna-se maior enquanto ainda não dispusermos de um arquivo público organizado para  mostrar, pelo menos, o início de um caminho, um ponto de partida a realização da pesquisa.

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