Espaço Cultural: José Zito é Homenageado

“A arte é força imanente. Não se compra não se aprende, nasce e morre com a gente.”

Com esse pensamento justificamos a importância de uma associação que, reunindo pessoas dotadas de dons artísticos possibilita, não somente uma auto realização como também favorece a obtenção de recursos econômicos e preservação da cultura.

E aqui, cumpre-nos dizer que Porto União e União da Vitória são privilegiadas porque vêm atingindo metas as quais se propõe, seja na realização das artes plásticas, seja na confecção do artesanato.

Com esse preâmbulo queremos enaltecer uma Associação que teve início lá em 09 de março de 2006, oriunda de um grupo reunido pelo Bem Estar Social de Porto União, inicialmente ligado ao Clube de Mães, instalada no Terminal Urbano. Trabalhos independentes eram ali colocados para venda mas, após eleição de uma diretoria o objetivo foi o de garimpar artesãos com perfil para o que seria a base do trabalho. A manutenção do fazer manual e o resgate de técnicas artesanais constituindo-se em norte para a Associação.

Como todo o começo, até a compreensão dos propósitos foi um trabalho difícil de conscientização mas, após uma seleção de técnicas e artesãos, chegou-se a um contento.

Foto: Divulgação

 

Atualmente, a Associação Arte do Porto encontra-se instalada no Armazém 1 da Estação Ferroviária União, que teve sua restauração feita durante a pandemia, através do edital Elizabete Anderle/2020, com aporte financeiro da Associação.
Visando premiar artesão ou artesã que se sobressai pelo trabalho e que batalha pela manutenção de técnicas manuais e étnicas, foi instituído em 2013 o troféu cultural Professora Lúcia Kroetz de Oliveira, eximia bordadeira que deixou seu nome no Memorial Mulheres que fizeram a História.

Foto: Divulgação

 

Em sua sexta edição, duas In Memoriam, o Troféu 2024 coube ao senhor José Zito Alves, seu Zito como chamado, que além do seu trabalho na Secretaria Municipal da Educação, dedica-se a preservação da arte e da memória. Mantém, em sua residência, um acervo de peças que lhe são doadas ou que, tantas recolhidas do lixo, recupera como artesão.
O menino Zito, terceiro filho do casal Pedro e Isabel Alves, nascido em 07 de junho de 1967 na localidade de Rio dos Pardos, em Porto União, até os 11 anos trabalhou na roça. Alfabetizado na Escola Municipal Lageado das Antas, é com orgulho que reverencia a educação recebida na família. Casado com Maria de Lurdes Furquim dos Santos, professora da Rede Municipal de Ensino, tem a companheira e apoiadora no trabalho de garimpeiro e restaurador que realiza.

Foto: Divulgação

 

Autodidata em música, toca violão, viola, acordeon e canta. Em seu acervo, restaurados e guardados são muitos instrumentos, na sua maioria gaitas e acordeons. Na Casa Cultural Anibal Khury, Castelinho da XV como é conhecido, Zito teve oportunidade de restaurar o violão como acervo doado, que pertenceu ao grande professor violonista Orlando Millis, o primeiro a ensinar o método cifrado na região.
Cumprimentamos, através da coluna, a Associação Arte do Porto pelos 18 anos de sua criação, pelo admirável evento para entrega de mais um Troféu Professora Lúcia Kroetz de Oliveira e, em especial ao homenageado José Zito Alves.
Que a beleza do artesanato dessa terra permaneça, através da continuidade da Associação, como legado de cultura e arte da atual e futuras gerações.

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