33º encontro de apicultura terá padrões de congresso

Evento acontece na estrutura da Igreja Matriz e deve reunir criadores de abelha de Santa Catarina e visitantes de todo o País

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Atualizado há 8 anos

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Produção e qualidade do mel são os grandes focos do encontro

Não, não é festa da igreja. Quem passa pela Igreja Matriz de Porto União pode até se confundir, mas, desta vez, toda aquela estrutura de tendas é destinada para o 33º Encontro Catarinense de Apicultores e Meliponicultores. Embora um “encontro”, este parece ter padrão de congresso mesmo. É que para o evento são esperados 14 ônibus lotados, com profissionais e criadores de toda a região. Nos hotéis, conforme a organização, já não há mais leitos disponíveis: tudo, para o prestigio de um dos maiores workshops do gênero.

Além do salão paroquial, que será usado para a realização das palestras, todo o entorno da Matriz e áreas de estacionamento dela serão utilizadas para as feiras, abertas ao público. Haverá exposição de maquinário, de tecnologia, de inovação e, obviamente, de todas as versões do mel e derivados da cadeia apícola.

O encontro é uma organização da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (FAASC), Epagri e Associação dos Apicultores do Vale do Iguaçu (AAVI).

“O encontro que vai acontecer aqui é de nível internacional mesmo. Será bem interessante”, garante a presidente da entidade local, Ester Drodoski. Para o presidente da CBA, considerado o “papa” do gênero, a ideia do encontro é fomentar o intercâmbio, mas, principalmente, ajudar o apicultor a produzir mais e melhor. “Ele é o protagonista de toda essa cultura”, sorri. Aprimorar a produção e garantir um produto de qualidade no mercado, também está na lista de objetivos do encontro. “Produzimos o melhor mel e queremos que esta qualidade se mantenha”, defende o presidente da FAASC, Nésio Medeiros.

Programação

O evento acontece amanhã e sábado, 6, durante o dia todo. Para as palestras, é preciso fazer inscrições (informações na hora, no local, no valor R$ 70). Para as feiras, entrada liberada ao público. Haverá mostra de produtos, inclusive, da cachaça à base de mel.

Conforme o cronograma, as palestras começam às 9h30 nos dois dias. Além delas, o evento vai oferecer várias oficinas e minicursos. Entre os temas, por exemplo, estão o manejo no pós-colheita, produção de própolis, beneficiamento do pólen e cuidado com abelhas nativas.

Melhor do mundo

Sim, o melhor mel do mundo é de Santa Catarina. O Estado tem título e reconhecimento, daí a vinda de caravanas para Porto União neste final de semana. A cidade, inclusive, tem um potencial diferente. Conforme Ester, a cidade produz o famoso “mel preto”. Ele é produzido pelas abelhas no tronco da Bracatinga, espécie de árvore nativa. “É um mel diferente, escuro, muito procurado na região de Florianópolis”, explica.

Trabalho de abelhinha

Em 2014, reportagem especial de O Comércio mostrou como é a produção de abelhas. Na ocasião, o pai de Ester, Celso Drodoski, abriu as portas de sua casa, bem como da casa das milhares de abelhas que por lá trabalham pesado. “A gente nunca para de aprender sobre abelhas. Quanto mais você trabalha, mais você aprende”, disse o apicultor para a reportagem. Como mostrou a matéria, as abelhas são trabalhadoras incansáveis.

Além disso, as abelhas, de modo geral, são exemplos na engenharia. Seus favos têm traços perfeitos e uma produção alinhada, que evita inclusive, o escorrimento – e desperdício – do mel. O favo é um sextavado perfeito.

E, nem só de mel vive a produção: as abelhas produzem ainda geleia e própolis, cuja produção é de até cem gramas por “melgueira”, a cada dez dias.