IRINEÓPOLIS: Produção de tabaco representa 45% do PIB da cidade

Conforme o secretário municipal de Agricultura, duas mil famílias trabalham no cultivo da planta. Plantio de hortaliças também coloca a cidade no cenário

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Atualizado há 6 anos

Irineópolis é uma cidade jovem. Tem 62 anos e uma população de pouco mais de dez mil habitantes. Mesmo assim, o município catarinense, que fica a poucos minutos do centro do Vale do Iguaçu, é uma potência quando o assunto é produção de tabaco, planta essencial para o nascimento do cigarro e derivados. De acordo com o Secretário da Agricultura do município, a cultura representa 45% do PIB local. “O carro-chefe é a produção do tabaco, segmento que mais traz recursos à cidade”, afirma Francisco Eraldo Konkol.

Cerca de duas mil famílias trabalham com a cultura. Em seguida, aparecem as cultuas do milho, da soja e do leite. “Temos uma estrutura de produção muito grande. Temos produtores com tecnologia. Nossa região toda é um grande produtor de tabaco, que produz algo diferente, que o mercado internacional tem um grande interesse”, completa o secretário.

Na produção de hortaliças, Irineópolis também conquista destaque. Recentemente, produtores foram premiados pelo cultivo. “Fizemos essa premiação para incentivar eles e também para buscar um melhor faturamento em cima disso. Antes, isso era muito pequeno, muito baixo. Para que motivássemos o produtor e fazer com que ele entendesse a importância do seu trabalho, premiados o produtor conforme a venda dele”, explica Konkol. Este estímulo vem fazendo com que os agricultores produzam ainda mais, o que injeta mais dinheiro à economia da pequena cidade. A produção das hortaliças é praticamente toda ela feita na agricultura familiar. “O que faz com que a família fique na propriedade e tenha rendimento”, completa o secretário.

A Região Sul concentra cerca de 96% da produção do tabaco brasileiro.

Gargalos para a produção

Para o secretário, a produção rural poderia ter muito mais alcance se a economia não fosse tão oscilante. O tabaco não sofre tanto com isso, já que 85% da produção nacional vai para a exportação. “Mas no caso das hortaliças, é uma coisa que se a economia vai mal, isso reflete muito no produtor”, avalia.

Recentemente, a greve dos caminhoneiros também teve desdobramentos, embora pontuais. Como Irineópolis tem um grande número de agricultores envolvidos no trabalho com leite, nem toda a produção foi salva. “No leite, foi o pior. Muitos não entregaram o leite, jogaram fora e transformaram apenas parte da produção em leite”, comenta Konkol. O secretário acredita que a paralisação – e a tabela de fretes discutida agora – vai interferir diretamente na produção e no agricultor.

Brasil busca fim do comércio irregular

O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, assinou no dia 15, declaração que ratifica a eliminação do Comércio Ilegal de Produtos de Tabaco. O protocolo foi desenvolvido a partir da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQTQ), da Organização Mundial da Saúde (OMS), e que até o mês passado contava com a assinatura de 35 países. Além do Brasil, a Argentina, Uruguai, Chile e o Paraguai também assinaram o documento que declara a necessidade do acordo para todos os países que compõem o bloco.

As medidas previstas no documento têm como objetivo tornar a cadeia de oferta de produtos de tabaco segura. O documento prevê, por exemplo, que se estabeleçam mecanismos de rastreamento dos produtos, de forma que sejam controlados desde a fábrica até os pontos de venda. No Brasil, esse tipo de ferramenta já foi implementada pelo governo federal.

Outras exigências presentes no protocolo são o licenciamento dos participantes da cadeia de suprimento, obrigações de manutenção de registros e regulação das vendas na internet, bem como do trânsito internacional dos produtos. Também está prevista o fortalecimento de medidas para cooperação entre os países na investigação e no litígio contra os ilícitos e para mútua assistência legal. De acordo com o Balanço Aduaneiro da Receita Federal, em 2017 foram apreendidos mais de R$ 1 bilhão em cigarros e similares. Já em 2016, foram apreendidos R$ 910,2 milhões.

Entrevista

Todo o conteúdo em áudio da entrevista está disponível na página da CBN Vale do Iguaçu, a partir do Portal VVale. O acesso é gratuito. O endereço eletrônico é o https://www.vvale.com.br/cbnvaledoiguacu.