NO CAMPO: Número de agricultores cai, mas agronegócio segue imponente

No Vale do Iguaçu, avaliação de técnicos é positiva e um dos destaques na produção é o ovo

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Atualizado há 6 anos

Ovo: região de União da Vitória produz muito – e ainda pode ampliar tudo isso
Ovo: região de União da Vitória produz muito – e ainda pode ampliar tudo isso

O Censo Agro 2017 identificou, até o momento, 5.072.152 estabelecimentos agropecuários no Brasil, em uma área total de 350.253.329 hectares. Em relação ao Censo Agro 2006, essa área cresceu 5% (16,5 milhões de hectares, o equivalente a área do estado do Acre) apesar da redução de 2% (103.484 unidades) no número de estabelecimentos. No entanto, quando se excluem os produtores sem área, há aumento de 74.864 estabelecimentos. Os dados estão no site do IBGE, órgão que vem divulgando, aos poucos, o resultando do último trabalho dos recenseadores.

Em 2017, havia 15.036.978 pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários. Em 11 anos, isso representa uma queda de 1,5 milhão de pessoas, incluindo produtores, seus parentes, trabalhadores temporários e permanentes. A média de ocupados por estabelecimento também caiu de 3,2 pessoas, em 2006, para 3 pessoas, em 2017. Em sentido oposto, o número de tratores cresceu 49,7% no período e chegou a 1,22 milhão de unidades. Em 2017, cerca de 734 mil estabelecimentos utilizavam tratores.

Um dado interessante é de que o número de mulheres no campo cresceu. E não foi pouco: de 12,7% (em 2006), já são 18,6%, enquanto os homens passaram de 87,3% para 81,4% (4.100.900) do total.  Quanto a idade, o IBGE mostra que houve redução na participação dos grupos de menores de 25 anos (3,30% para 2,03%), de 25 a menos de 35 (13,56% para 9,49%) e de 35 a menos de 45 (21,93% para 18,29%), enquanto os grupos mais velhos aumentaram sua fatia: de 45 a menos de 55 (23,34% para 24,77%), de 55 a menos de 65 (20,35% para 24,01%) e de 65 ou mais (17,52% para 21,41%).

União da Vitória: produção de ovos também é destaque

Com uma produção diversificada, União da Vitória se alia aos demais municípios vizinhos para potencializar o que tem de melhor. Por isso, a região se destaca em algumas culturas, como na soja, na erva-mate, na criação de porcos e de frangos e, mais recentemente, na produção de ovos. Conforme o gerente regional do escritório em União da Vitória da Emater, Cleacir Junior Dallagnol, as regiões mantem índices de 53 ovos per capita, ou seja, um quarto do consumo regional.

Gerente regional do escritório em União da Vitória da Emater, Cleacir Junior Dallagnol
Gerente regional do escritório em União da Vitória da Emater, Cleacir Junior Dallagnol

A notícia é especialmente boa neste momento, já que, conforme publicações do gênero, nunca antes se consumiu tanto ovo no Brasil. De acordo com a Expedição Avicultura 2018, o “ovo ganha cada vez mais espaço entre os industrializados”. No ano passado, foram 192 unidades por pessoa – um salto de 60 ovos per capita a mais do que há dez anos. “O ovo é um produto que ficou em grandes granjas, que suprem a produção do Estado. Não temos um grande empreendimento de produção, mas incentivos nas propriedades rurais menores”, explica Dallagnol.

Mas, diferente da exportação, o ovo cultivado no interior tem outro sabor. É porque com um espaço menor de galinhas, o incentivo dos técnicos é para que toda a cadeia de produção, desde o crescimento do pintinho até a postura dos ovos, seja tranquila e muito saudável. “Esse é um produto interessante para a nossa região”, sinaliza o gerente regional.

O ovo é consumido nas famílias, nos restaurantes, nas padarias. Ele é versátil, barato e por isso, na Greve dos Caminhoneiros, por exemplo, ele foi um dos primeiros itens que a comunidade sentiu falta.

No País, Minas Gerais representa 13% da produção nacional e a previsão para este ano – para o Brasil e o Estado – é de um crescimento de 5 a 6%.

O OVO NOSSO DE CADA DIA

Conforme publicações de nutricionistas, o ovo previne o envelhecimento precoce, nos cuidados com a pele, unhas e cabelos

EDUCAÇÃO

Do total de produtores, 15,5% declararam que nunca frequentaram escola, 29,7% não passaram do nível de alfabetização, e 79,1% não foram além do nível fundamental. Além disso, 1.163.354 produtores (23,05%) declararam não saber ler e escrever. Por outro lado, apenas 0,29% dos produtores (14.449) frequentaram mestrado ou doutorado, enquanto outros 5,58% (281.606) cursaram ensino superior.

Acesso à Internet cresce

Em 2017, 1.425.323 produtores declararam ter acesso a internet, sendo que 659 mil (46,2%) através de banda larga, e 909 mil (63,77%), via internet móvel. Em 2006, o total de estabelecimentos agropecuários que tinha acesso a internet era de apenas 75 mil, o que representa um aumento de 1.790,1% em 2017.

O acesso ao telefone também cresceu. O Censo destaca a evolução da presença do aparelho nos estabelecimentos, passando de 1,2 milhão para 3,1 milhões de propriedades com acesso a telefone entre 2006 e 2017, um acréscimo de 1,9 milhão ou 158%.

Entrevista

Todo o conteúdo em áudio da entrevista com Cleacir Junior Dallagnol está disponível na página da CBN Vale do Iguaçu, a partir do Portal VVale. O acesso é gratuito. O endereço eletrônico é o https://www.vvale.com.br/cbnvaledoiguacu.