Ortigara abre seminário sobre erva-mate em União da Vitória

Evento chega a terceira edição propondo valorização da produção regional

·
Atualizado há 9 anos

ortigara-agricultura-uniaodavitoria
Norberto Ortigara ouviu pedidos de valorização da erva-mate na região. (Foto: Lu Calistro).

União da Vitória sediou o terceiro Seminário de Caracterização de Sistemas de Produção Tradicionais e Agroecológicos de Erva-Mate de Agricultores Familiares nas Regiões Centro-Sul do Paraná e Norte Catarinense. Apesar do nome parecer complexo, os objetivos do evento são simples: agregar valor à erva-mate da região sul do Paraná e planalto norte de Santa Catarina. A abertura do seminário contou com a participação do Secretário Estadual de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara.

O primeiro encontro foi realizado em 2013. Estavam presentes, além de Ortigara, representantes das secretarias regionais, Fetraf, EcoAraucária, Seab, Emater, Iapar, Embrapa Florestas, ICMBio, UEPG/Lama, Instituto de Florestas do Paraná, IAP, Epagri, Deser, Icaf e prefeitos da Amsulpar. A proposta do seminário, segundo o prefeito de Cruz Machado e presidente da Amsulpar, Antonio Luis Szaykowski é que a região quer definir uma estratégia para a valorização da erva-mate, que é produzida tradicionalmente por agricultores familiares, que auxiliam na conservação das araucárias.

Essa ideia tem como foco principal apresentar a erva-mate por meio da Indicação Geográfica (IG), como sendo a melhor da região, e com este “selo” caracterizar a nossa erva-mate como a melhor do mundo. “Como sendo uma característica da região, esse registro geográfico irá distinguir a erva do sul de qualquer outra cultivada em solo distinto. Irá, além disso, lhe conferir qualidade de produção, e de saber fazer”, resumiu o prefeito. Além da qualidade certificada da erva, a Indicação Geográfica também influenciará o desenvolvimento regional e territorial. É de grande importância econômica também, salientando que tais sistemas são essenciais para a conservação do Bioma da Floresta com Araucária.

Ortigara disse que o IG da erva-mate seria o segundo do Paraná. “Só existe um IG no Estado, o do café do norte pioneiro, que agregou muito valor ao café do Paraná”, lembrou. Como a erva-mate vai além do chimarrão e do chá, a indústria de cosméticos já descobriu o potencial da erva, além das fábricas de bebidas a base da erva. De olho nesse mercado crescente é justo que a região procure certificações como o IG para agregar valor à erva produzida por aqui. O secretário disse que o governo do Estado tem todo o interesse na certificação da erva-mate regional, considerada a melhor do mundo pelas condições climáticas e sombreamento.

O encontro terminou ontem com a definição dos próximos passos a serem tomados pelos produtores apoiados pela Amsulpar e governo do Paraná.

O que é

A erva-mate (Ilex paraguariensis), também chamada mate ou congonha, é uma árvore da família das aquifoliáceas, originária da região subtropical da América do Sul. É consumida como chá (quente ou gelado), chimarrão ou Tereré no Brasil, no Paraguai, na Argentina, no Uruguai, na Bolívia e no Chile. Estudos detectaram a presença de muitas vitaminas, como as do complexo B, a vitamina C e a vitamina D e sais minerais, como cálcio, manganês e potássio. Combate os radicais livres. Auxilia na digestão e produz efeitos antirreumático, diurético, estimulante e laxante. Não é indicado para pessoas que sofrem de insônia e nervosismo, pois é estimulante natural. Contém saponina, que é um dos componentes da testosterona, razão pela qual melhora a libido. Pode ser usada verde ou tostada, no preparo de chás e chimarrão. Misturada com extrato de maracujá, pode ser usada como bebida quente ou gelada.

Existe uma errônea afirmação de que a erva-mate possui um efeito negativo no desempenho sexual masculino: todavia, na verdade a Ilex paraguariensis possui um forte poder afrodisíaco, sendo ingerido para combater a infertilidade e a impotência. Misturada com suco de limão natural e bem gelado, torna-se uma bebida muito refrescante para os dias quentes e também nos dias frios. Nos dias frios ou quentes, pode ser apreciada em um chimarrão.