Aqui a crise não existe

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Atualizado há 9 anos

Gráfico e-CommerceEm todos os lados somente se comenta no fantasma da crise. Alguns economistas se arriscaram a afirmar na segunda-feira, 17, que no ano que vem o crescimento do PIB não deve ser positivo novamente, quando devemos amargar os -0,7%.

Porém, segundo a CNC – Confederação Nacional do Comércio, há uma região do País que não deve sofrer os efeitos da crise, na verdade não é uma região, mas uma nova forma de realizar negócios: o e-commerce. O ramo teve um crescimento de 20% até esta época de 2015, em relação ao mesmo período de 2014, somando astronômicos R$ 43 bilhões, sendo que nos últimos 5 anos o crescimento foi de taxas chinesas de 8,9%. No, ainda não muito famoso, dia do Consumidor, 18 de março, o País movimentou R$ 200 milhões, com um ticket médio de R$ 425,00. Já no dia das mães o faturamento foi de R$1,6 bilhão, ticket médio de R$ 355,00 e um crescimento de 51%.

Entre os setores que mais cresceram desde 2010, estão as roupas masculinas (17,4%), contra 3,0% das lojas físicas, alimentos em segundo com 16,7%, contra 1,0% das lojas físicas, e em terceiro os calçados, com 13,6% contra 3,0%.

O interessante é que não somente os dados do faturamento real do e-commerce são contundentes e convincentes, pois calcula-se que aproximadamente 70 milhões de brasileiros já realizaram ao menos uma compra na vida por meio de e-commerce, mas o que se pode alcançar é ainda mais vertiginoso. O dado mais interessante é o que mostra que nos Estados Unidos 6,4% das compras realizadas no varejo são realizadas através do e-commerce. Já na Coréia do Sul, 18%. Aqui no Brasil, 4%. Ainda há muito para crescer. Num País que ainda tem somente 15 anos de e-commerce, herança e história inflacionária, pouca tradição com venda para entrega posterior e venda de catálogos (como é o caso da internet, porém com um catálogo virtual) esses números realmente surpreendem. Principalmente quando se estima que praticamente 50% das compras tem alguma influencia da internet, seja para comparar os preços, seja para comprar, seja para pressionar o vendedor do varejo “físico” a baixar seus preços.

Para finalizar, é interessante ressaltar a qualidade dos serviços sendo prestados na internet, pois estima-se que aproximadamente 60% dos brasileiros estão satisfeitos com suas compras realizadas na internet, o que internacionalmente é um número bastante positivo.

Realmente, o mundo virtual está cada dia mais presente, tornando-se uma ameaça real e um fantasma para o comércio físico…

 

Alvaro Concha é consultor de empresas

(alvaroconcha@gmail.com)