Dia do Ferroviário

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Atualizado há 6 anos

Sentados, grupo de ferroviários após almoço de confraternização quando de suas aposentadorias na Rede Ferroviária Federal  junto as autoridades .
Sentados, grupo de ferroviários após almoço de confraternização quando de suas aposentadorias na Rede Ferroviária Federal  junto as autoridades .

Em 30 de abril de 2018 é o Dia do Ferroviário. Volto as páginas da história para encontrar o maquinista que por mais de quarenta anos daqui partiu e aqui chegou dirigindo um invento que já fora idealizado pela mente prodigiosa de Leonardo Da Vinci.

A máquina, a locomotiva que desprendendo fumaça e fagulhas, soando o apito, nos rigores do frio ou sob calor inclemente, num tempo já distante tinha um maquinista no comando.

Dos pioneiros condutores do transporte pesado por toda essa região, sem diploma, na humildade de trabalhar tantas vezes sem uma previsão de horários e outras tantas tendo que estar ausente da família nas datas consagradas de Natal, Páscoa, Ano Novo, nas de aniversários e naquela já por anos aguardados para fazer a entrega do diploma num dia de formatura.

O maquinista de olhos fatigados que perderam o brilho tal o cansaço das longas viagens noturnas e no calor das fornalhas. Dos ouvidos não tão aguçados e as mãos trêmulas a dificultar-lhe “acariciar” o apito. Apito que ficou no saudosismo de quantos.

Mas vejo também o maquinista dinâmico que, numa certa manhã, saltou da máquina para socorrer num pouso forçado de um avião, o piloto ferido necessitado de atendimento médico.

Coincidentemente, uma atitude solidária na mesma rua que, mais tarde, por iniciativa do Poder Legislativo e do Prefeito de União da Vitória, através da Lei Nº 3211/2004, de 13 de setembro de 2004, leva o seu nome: VALENTIM VARACOSKI.

Rua que a pouco ganhou em importância e beleza com a construção e instalação do Serviço Nacional do Comércio. O SENAC de União da Vitória.

Ao homenagear meu pai, o maquinista, estendo minhas lembranças aos demais ferroviários de seu tempo, dos meus verdes anos, nomes dos quais lembro: Basílio Alliot, Francisco Silva, Ari Marcondes Thiel, Henrique Jonson, Onofre Brites, Martim Skiba, Max Komar, Antônio Gomes, Antônio Marconcin, Wenceslau Albino Wengerskiewicz, Otelo Milão, João de Lima, Bernardino Pereira, Mário Slomp, Flávio Huergo, Davi Cardoso, João Candido de Oliveira, Eugênio Maltauro, tantos já num outro plano e também aqueles  que ainda entre nós labutam para preservar a memória de uma classe de trabalhadores que deram suas vidas pela Instituição.Tantos colocando e cuidando dos trilhos, abastecendo caldeiras e fornalhas, lubrificando e polindo locomotivas, verificando freios, formando trens transportadores de mercadorias, valores, pessoas , correspondências e notícias pelo telégrafo, o mais rápido meio de comunicação.

Uma classe de trabalhadores que deixou aqui seus descendentes para trazer a tona antigas lembranças, sempre ou especialmente quando os olhos passam pela nossa Maria Fumaça.