EMPÓRIO DO EMPRESÁRIO: Dados estatísticos: um panorama do destino

·
Atualizado há 8 anos

Alguns empresários que leram meus últimos 5 artigos ficaram na dúvida em porque me preocupo tanto com os dados do mercado, principalmente desemprego, confiança do consumidor e inflação. Para explicar a essa questão, gostaria de me reportar a um personagem do século passado que muitos apreciaram e que teve um papel fundamental na história do mundo, apesar de ser um nome mais conhecido no mundo da economia. Inclusive deve ser um dos economistas mais influentes de seu tempo, se não o mais do século passado.

Esse homem, um inglês, viveu entre 1883 e 1946 e certamente está entre os 3 economistas mais importantes da história da humanidade (os outros dois seriam Adam Smith e Karl Marx). John Maynard Keynes viveu numa época de muita turbulência, passando pela 1ª Guerra Mundial, pela depressão de 1929 e ainda, e como se não fosse o suficiente, pela 2ª Guerra Mundial.

Tendo transito entre presidentes, primeiros ministros, reis e imperadores de todo o mundo ocidental, Keynes, entre outras ponderações considerava que os governos deveriam se preocupar principalmente com 2 aspectos, 2 índices da economia de seus países, são eles:

  • Poupança
  • Empreendedorismo

Keynes analisou que uma parte da população é parcimoniosa, ou seja, prefere guardar uma parte de seu salário, poupança, a participar da roda de consumo excessivo que compõe grande parte da população. Os empreendedores, por outro lado, se utilizam dessas poupanças, da população parcimoniosa, através dos bancos para realizar seus investimentos e fazer com que a economia cresça. É como se fosse uma gangorra, se a poupança está alta, os investimentos devem estar altos, assim afirmou “se nossas poupanças não forem investidas por empresas com negócios em expansão, nossas rendas vão declinar. Estaremos na mesma espiral de contração como estaríamos se tivéssemos congelado nossas poupanças guardando-as no colchão”. O fato é que Keynes nos lembra que tanto poupança como investimento (ou empreendedorismo) devem ser estatisticas que devem andar juntas, pois “pode haver muito poucos investimentos para absorver nossas poupanças ou muito poucas poupanças para sustentar nossos investimentos. A liberdade econômica é um estado altamente desejável, mas precisamos estar preparados para encarar suas possíveis consequências”. Assim a “vontade” de investir deve estar em sincronia com a capacidade de poupar. Mas, só poupa quem tem para poupar e só investe que acredita que terá ganho com o investimento. Isso nos demonstra que a economia é na verdade uma roda gigante impulsionada pela crença num futuro mais promissor e, mais do que tudo, na esperança de um se ter retorno sobre o investimento. Traduzindo, a economia somente gira, pela esperança de seus atores, da confiança daqueles que nele atuam. Se um dos atores começa a desconfiar e contamina o mercado com essa desconfiança, todo o mercado deixa de investir, e os parcimoniosos deixam suas economias “embaixo do colchão”, ou seja, a recessão é um fato, antes de tudo, psicológico, mas se os dados do mercado são positivos, os poupadores vão continuar poupando e os investidores, continuar investindo…

A propósito, o índice de confiança do consumidor – ICC, para o mês de julho/16 foi de crescimento de 0,2%, o que pode ser considerado estável e isso é bom para todos.

Alvaro Concha

Consultor de Empresas

concharaneda.blogspot.com.br

alvaconconcha@gmail.com