ESPAÇO CULTURAL: No Dia da Vitória

·
Atualizado há 5 anos

(Foto: Reprodução/Internet).
(Foto: Reprodução/Internet).

Escrever rememorando fatos da IIª Guerra Mundial já o fiz algumas vezes. É tema que me atrai, não com pensamentos masoquistas, mas como cidadã brasileira que preza pela História da Pátria, pelos feitos gloriosos de nossos antepassados.

Nasci no tempo em que os acontecimentos mundiais prenunciavam a grande guerra do século XX.

Constatei a apreensão de pessoas, em casa, na escola e na igreja quando foi declarada a IIª Guerra Mundial que levou a inclusão do Brasil a lutar com Forças Expedicionárias do Exército Brasileiro.

Acompanhei meu pai a Praça Hercílio Luz para a formatura dos militares que daqui partiam afim de juntarem-se a outros tantos mais brasileiros rumo a Itália.

Vi minha mãe angustiar-se por saber que a terra de seus pais transformava-se em palco de batalha para as forças aliadas.

Pelo rádio, a Nacional do Rio de Janeiro, que transmitia em cadeia com a BBC de Londres, ouvi as notícias que de lá chegavam. Os pedidos dos nossos pracinhas aos seus familiares: luvas e meias de lã, chocolates e cigarros, sem esquecer por último de pedir a benção aos pais enviar beijos para esposas e filhos. Tudo ouvido silenciosamente frente ao rádio Zenith (de capelinha) na sala de jantar.

Vibrei, como tantos outros, de casa e dos vizinhos, quando, finalmente chegou o Dia da Vitória.

Sinos bimbalhando, apitos de fábricas e locomotivas ferroviárias, foguetes e a voz de Heron Domingos no Repórter Esso, “o primeiro a dar as últimas”, sons que permanecem ao longo desses anos vividos.

Conheci alguns dos fardados que quando de volta, pelo desempenho a lutar pela Pátria, receberam condecorações em medalhas e promoções. Entre eles, mutilados e outros que permaneceram nas Forças Armadas, mas todos com a lucidez necessária para relatarem partes da guerra, em situações vividas e observadas.

Admirei em solenidades, as mais diversas, dentro ou fora do quartel, suas presenças sempre respeitosamente exaltadas.

Aplaudi, inúmeras vezes os desfiles militares, com a participação de um sem número representativo dos ex pracinhas, orgulhosamente a ostentar a “Cobra Fumando”, símbolo da Força Expedicionária Brasileira.

Após 74 anos desde aquele feliz Dia da Vitória, festejando os 77 anos da Instalação do 5º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado em Porto União, obedecemos o ciclo da vida. Já não vejo aqueles bravos soldados que aos poucos tiveram encanecidas suas cabeças e gravaram na memória de tantos como eu, um período a relembrar com emoção, até mesmo levando as lágrimas.

Vejo hoje pelotões de jovens, aos quais um dia, pelos serviços prestados a comunidade tive a audácia de cognominar “Formiguinhas Verdes”. Audazes, prontos a servir a Pátria, elevando o Pavilhão Nacional, respeitando-O como cidadãos brasileiros, tais versos de Guerra Peixe: “BANDEIRA DO BRASIL, NINGUÉM TE MANCHARÁ…BANDEIRA DO BRASIL, ALTIVA A TREMULAR, ONDE A LIBERDADE É MAIS UMA ESTRELA A BRILHAR.”