“Foi um susto”, diz mãe da criança que engoliu moeda de cinco centavos

Larissa de 1 ano e oito meses, moradora de União da Vitória, segue internada em observação no Hospital Angelina Caron

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Atualizado há 3 anos

Como mãe de uma criança de quatro anos já ouvi a seguinte frase:

“Sempre desconfie das atitudes da sua filha!”

Pois, quando chegam os primeiros passos, muitas coisas podem acontecer. Crianças quando começam a descobrir o mundo não sentem medo de nada. Até os animais peçonhentos podem passar despercebidos por eles. Enfim, se ficar aqui divagando sobre o mundo, a imaginação e a coragem dos pequenos, ah! Aí vou longe. Afinal, convivo com esse mundão há mais de mil dias.

Diante disso, uma situação chamou minha atenção nesta sexta-feira, 9, e como mãe e também jornalista, resolvi apurar os detalhes e contar o fato como forma de alerta.

A pequena Larissa, de apenas um ano e oito meses, deu um grande susto em seus pais, na quinta-feira, 8.

Não tem nada a ver com animais perigosos, mas foi em uma atitude de conhecer o desconhecido que a pequena, filha mais nova da Elisangela Wosny, moradores do bairro São Gabriel, em União da Vitória, precisou de um leito hospitalar para retirar um moeda que ficou parada em seu esôfago.

Como tudo aconteceu 

Elisangela não é mãe de primeira viagem, mesmo assim, a aflição dela foi grande, pois a filha fica sob os cuidados de sua cunhada. Na quinta-feira, 8, a pequena havia sido vista com uma moeda na mão. Depois, a menina tomou água e aparentemente estava bem. Quando a mãe chegou, ela pediu ‘mama’. Larissa ainda mama no peito. A mãe soube do ocorrido, e cedeu a vontade da filha, mas a pequena não engolia e, ainda fazia ânsia e vomitou uma espuma.

Imediatamente procuraram a Unidade de Pronto Atendimento Emergencial, a UPA de União da Vitória. OS enfermeiros prepararam a criança e aguardaram a chegada da médica, que constatou que aparentemente a criança estava bem, mas pediu um exame de raio x.

O exame foi feito e a tortura segundo a mãe começou. A moeda estava parada no esôfago. E nenhum profissional da cidade fazia o procedimento indicado, uma endoscopia em uma criança de um ano e oito meses. Segundo a mãe, vários profissionais foram procurados, mas nenhum tinha os equipamentos adequados para o atendimento infantil.

Depois disso, uma corrida contra o tempo, a pequena Larissa foi cadastrada na Central de Leitos do Paraná, e aguardaria por um leito hospitalar e um profissional habilitado para fazer o procedimento. Isso sem previsão e sem poder beber água ou mamar.

Todos os esforços foram feitos, e na sexta-feira, 9, uma vaga surgiu no Hospital Angelina Caron, localizando em Campina Grande do Sul – região metropolitana de Curitiba. A noticia chegou para a família às 8h50. A saída com destino ao hospital começou às 9h15, sendo precisavam estar lá até às 11h, o que era impossível por via terrestre. Além disso, no meio do caminho se depararam com obras no trânsito. A família pediu passagem aos trabalhadores o que foi concedido.

A família entrou em contato com o deputado estadual e líder do governo Hussein Bakri para que ele intervisse no tempo de espera.

Às 11h30 desta sexta, 9, faltavam ainda 50km para serem percorridos. A pequena chegou no hospital ao 12h45 e duas enfermeiras já estavam esperando na porta para agilizar o atendimento. Enquanto Heuton, marido  de Elisangela dava entrada no internamento, a Larissa, às 12h55,  já estava sendo encaminhando ao centro cirúrgico.

A garota foi intubada e um procedimento semelhante a uma endoscopia foi feito, o que levou aproximadamente 20 minutos.

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

A pequena e a mãe seguem em observação no hospital, pois uma lesão no esôfago de Larissa foi constatada, o que  segundo os médicos, é tratável e regeneradora; basta seguir uma dieta liquida e pastosa.

Se você leu até aqui deve estar se perguntando neste momento, sobre qual  tipo de moeda gerou toda essa aflição. Foi uma moeda R$ 0,05 centavos.

Elisangela desabafou e fez um alerta.

“Não fazemos  ideia do quanto é perigoso as crianças engolirem qualquer objeto; se passar pela garganta e esôfago tudo bem, o pior é ficar parada. Pensem se não levássemos ela ao médico, porque clinicamente ela estava bem, respirando, mamando; poderia ter acontecido o pior”, alerta a mãe.

Elisangela agradece todo o carinho e a ajuda que recebeu.

“Agradeço a Deus, e fico grata de ter tantas pessoas boas que me ajudaram neste momento de desespero”.

Se existe uma palavra para definir tudo, segundo a mãe, é GRATIDÃO. 

Se não fosse retirada a moeda, a região do esôfago poderia até necrosar, pois tudo que passava pela boca ficaria parado no órgão.

Felizmente esta história teve um final feliz.

E lembre-se, “nunca confie em uma criança; fique sempre de olho”!