OPINIÃO: E agora, como fica o Brasil?

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Atualizado há 8 anos

O processo do impeachment, que marcou a maior crise política brasileira, chegou ao fim e Michel Temer é confirmado como definitivo na condução do País, marcando o fim do período de poder do PT, iniciado com Lula.

Saímos do impasse, mas os problemas não se encerram com a posse. A presidente foi, mas a crise ficou.  Podemos tirar algumas lições disso tudo. Pela segunda vez o Brasil tem um presidente que é impichado.

Não é o que se desejava, mas é um direito do processo democrático que foi exercido. E nisso a pressão popular teve um importante papel. O agronegócio teve grande participação e se posicionou claramente pelo impeachment ao entender que o Planalto tinha demonstrado apoio às badernas feita por movimentos que apoiam o PT, desrespeitando a Constituição. Por entender também que não havia mais condições de governabilidade, o que afetou nossa economia e a imagem do nosso País lá fora.

Espera-se agora que a população continue a exercer seu direito, mas também a sua responsabilidade, não deixando ao poder público o direito exclusivo de decidir nosso futuro. Também fica a expectativa de que o amadurecimento da democracia traga maior pudor aos políticos no trato da coisa pública.

O rombo deixado nos cofres públicos e os inúmeros problemas pela falta de recursos são heranças malditas que terão que ser administradas por Temer e sua equipe.

O governo terá que enfrentar muitos desafios para conter a instabilidade econômica, mas também terá melhores condições de negociação. Desde que atenda a expectativa e de sinais ao mercado de que tem força política para conseguir o apoio do Congresso para aprovar medidas duras para equilibrar as contas públicas. Espera-se um governo de reformas.

Até agora os sinais positivos foram tímidos. Livre do desconforto da posição de interino, espera-se uma postura firme do governo demonstrando sua força e habilidade para conseguir apoio do Congresso na aprovação de medidas que tragam equilíbrio as contas públicas e o restabelecimento da confiança do setor produtivo.

Podemos perceber alguns sinais pontuais de reação da economia. Para a agricultura, por exemplo, o novo governo já deu sinais que nos animam. Demonstrou respeito pelo setor e interesse em buscar soluções para impulsionar o agronegócio.

Contudo ainda não são suficientes para comemorações, continuamos com milhares de desempregados e o brasileiro continua perdendo seu poder de compra.

O calendário eleitoral é outra pedra no caminho, considerando que este ano ainda temos eleições municipais e 2018 eleição presidencial e político não gosta de medida impopular, ainda mais em ano eleitoral. Sobra 2017 para que algo produtivo aconteça.

Outro grande problema, como já demonstrou, o PT é bom mesmo de oposição e a cúpula já começa a se movimentar. Seria ingenuidade acreditar que aceitariam pacificamente o impeachment. A reação virá e com força para tentar se manter até as eleições presidenciais de 2018.

Ainda não superamos o trauma, teremos que percorrer um longo caminho, mas espera-se que o pior já tenha passado e possamos virar a página.  Por que o amanhã, quem sabe como será?

Ágide Meneguette é presidente do Sistema FAEP