OPINIÃO: Um olho no presente e outro no futuro

·
Atualizado há 8 anos

Em recente reunião no gabinete na Secretaria de Estado da Fazenda, conversava com o secretário gaúcho Giovani Feltes quando fui interrompido pelo comentário dele: “um dia também teremos números como os de vocês”. Olhando para o telão da sala, entendi a observação. Ali rodava um vídeo mostrando indicadores econômicos e sociais nos quais Santa Catarina é destaque no cenário nacional. Não vou negar que me senti muito orgulhoso. E não foi apenas porque sou secretário. Antes de mais nada, sou catarinense e me sinto feliz quando minha terra é usada como modelo de gestão pública, especialmente num momento de crise como o que enfrentamos agora.

Na lista dos indicadores que colocam Santa Catarina em condição exemplar, destaco o ranking dos Estados mais competitivos do Brasil. Estamos em terceiro nessa seleta lista, atrás apenas de São Paulo e do Paraná. Outra boa notícia: estamos à frente de Estados mais representativos em termos de PIB, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e o próprio Rio Grande do Sul. Esses dados estão no estudo elaborado pelo Centro de Liderança Pública e divulgado em São Paulo no final de 2015 em parceria com a renomada revista inglesa The Economist.

É claro que o ranking não é feito para inflar o ego dos governantes dos Estados mais bem colocados. Sua importância vai muito além. Na minha avaliação, o levantamento mostra ao mercado que Santa Catarina está preparada para receber investimentos, um bem escasso nesses tempos de incertezas econômicas. Essa sinalização positiva é importante porque o ambiente favorável aos negócios alimenta a roda da economia. Empreendimentos criam empregos. Trabalho gera renda. Dinheiro no bolso do trabalhador leva ao aumento do consumo. Pessoas consumindo mais impulsionam novos investimentos. E, por fim, aumenta a arrecadação de impostos.

Com mais recursos nos cofres públicos, o governo atende necessidades básicas do cidadão por saúde, segurança e educação. E ainda consegue investir em infraestrutura. Ao apostar num modelo de crescimento econômico e social que se retroalimenta, Santa Catarina se tornou um Estado mais forte. Não estamos blindados contra a crise. Tanto que, embora numa escala bem menor do que a maioria dos Estados, perdemos postos de trabalho e sofremos com a queda na arrecadação em 2015.

A grande diferença é que estamos mais preparados para recomeçar. Esse é o principal reflexo de uma gestão que trabalha com um olho no presente e outro no futuro.

Antonio Gavazzoni é secretário de Estado da Fazenda e doutor em Direito Público

(contatogavazzoni@gmail.com)