RETIRO DO EMPRESÁRIO: O Brasil, 13,4% menor

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Atualizado há 8 anos

Que o país estava sendo saqueado todos sabíamos, inclusive aqueles que apoiaram a administração conferindo-lhe, irresponsavelmente, a responsabilidade da continuidade de um mandato. Porém o que poucos tinham conhecimento sobre esse saque é que suas consequências chegariam até nós. E muito, mas muito poucos perceberam, antecipadamente, que essas consequências chegariam até nós em tão pouco tempo.

Me lembro claramente como alguns previram em 2014 que 2015 seria um ano de ajuste da economia, previram que o desemprego viria, que a indústria diminuiria sua velocidade, que a inflação, irremediavelmente, voltaria a ser uma triste realidade de nosso quotidiano e que o PIB teria retração. Ou seja, alguns de nós até conseguia imaginar que o país passaria por muitas dificuldades e que nossa economia sofreria uma volta, um retrocesso em pelo menos 15 anos. Porém ninguém, repetindo, ninguém imaginava que o processo de deterioração seria tão acelerado e tão profundo, pois em 2014 a economia não se via tão fragilizada e comprar um imóvel e um automóvel pareciam atividades banais.

O fato é que infelizmente todos os setores estão sendo afetados, principalmente o varejo. O varejo em 2015, bateu recorde histórico de fechamento de estabelecimentos formalizados com funcionários, voltando em 15 anos no tempo, ou seja, com uma população 10% maior estamos produzindo a mesma quantidade de empregos de uma década e meia atrás no comércio. No total foram 95.400 lojas com vínculo empregatício, o que corresponde a uma retração de 13,4% em relação ao ano anterior, importante ressaltar que esses dados são do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, refletindo o aumento do índice de desemprego que o país amarga.

Entre os setores que mais fecharam lojas estão o de materiais de construção (-18,3%), informática e comunicação (-16.6%), móveis e eletrodomésticos (-15,0%) e comércio de veículos automotores (-14,9%) conforme pode ser verificado no quadro abaixo.

Já em números absolutos foram os hipermercados, supermercados e mercearias que mais sofreram a diminuição no número de lojas, amargando 25,6 mil lojas a menos, já em relação ao tamanho das lojas a que mais sofreu foram as médias com -16,5%, as grandes fecharam 14,8% das lojas.

Os números refletem o que alguns poucos insistem em desacreditar.

 

Alvaro Concha é consultor de empresas

(alvaroconcha@gmail.com)