Tributo à Vida de Nikolaj Benda

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Atualizado há 4 anos

Por Ladi Tamara Benda Loiacono*

(Foto: Reprodução).
(Foto: Reprodução).

Há pouco mais de um ano, no dia 11 de junho de 2019, meu pai, mais conhecido como ‘Seu Nicolau’, partiu para a vida eterna aos 91 anos de idade.

A última vez que estive com ele foi quando fui visitá-lo em 2016. Desde então, o nosso direito de se comunicar foi impedido, inclusive a triste notícia de seu falecimento veio por terceiros somente dois dias depois.

Foi doloroso para mim, vários membros da família e muito de seus amigos não saberem que ele havia partido e não poderem se despedir. Aproveito esta oportunidade para agradecer às poucas pessoas que puderam prestar-lhe uma última homenagem.

No entanto, quero aqui celebrar a vidade meu pai, com quem tive o privilégio de compartilhar.

Meu amado pai foi e continuará sempre em nossos corações como uma pessoa doce, alegre, entusiasmada com a vida. Boníssimo e muito generoso, ele nunca foi rico materialmente, mas a grandeza de sua alma fazia dele a pessoa mais rica do mundo.

Sua terra natal era a Ucrânia, mas desde que chegou no Brasil aos 22 anos, se apaixonou pelo nosso país. Gostava de receber visitas para conversar e contar suas histórias da juventude na Europa, continente que deixou com sua família nuclear para fugir do regime comunista russo.Sua história é tão interessante que é digna de um livro.

Meu querido pai gostava de dizer para todos que ele amava o Brasil, que este tem de tudo, mas que seus governantes não sabem conduzir bem o país. No Brasil, também ele conheceu o amor, quando se apaixonou pela minha mãe, Araci Helena Benda (in memorium). Eles viveram juntos por 64 anos.

Desde a época da Loja das Máquinas, na Avenida Manoel Ribas, 242, em União da Vitória, até a oficina instalada na sua residência, na Avenida João Pessoa,1430, em Porto União, meu pai tinha uma profissão muito especial. Ele consertava máquinas de costura. Suas talentosas mãos e mente empreendedora não só contribuíram para que outros profissionais pudessem ditar moda, mas também para o avanço econômico das cidades gêmeas. Milhares de fregueses o procuravam para socorrê-los dos problemas que os dificultavam de costurar. E lá estava o meu pai, que dedicou a maior parte de sua vida, com a precisão de um cirurgião, consertando com esmero e capricho, as máquinas de costura que passaram por suas milagrosas mãos.

A imagem que eu mais gosto de lembrar de meu pai e eternizei em meu coração, é quando eu chegava na casa de meus pais, ele me recebia com muito carinho, dando beijinhos no meu rosto e me perguntava: – “Filha, você está bem?”

Com lágrimas nos olhos, nós soubemos que você despareceu. Soubemos que seu coração de ouro parou de bater e suas mãos que trabalharam duro, pararam para descansar. Apesar que nós o amamos muito, nós não pudemos nos despedir de você! O seu sorriso, sua alegria, sua voz foi embora, mas pai e avô, você permanecerá em nossos corações eternamente.

Em nome de sua querida filha Ladi, familiares e amigos,o nosso MUITO OBRIGADO!

*Membro fundadora da Academia de Letras do Vale do Iguaçu de União da Vitória (Alvi), ocupante da cadeira nº 23.

O espaço para o artigo escrito por Ladi Tamara Benda Loiacono, como qualquer outro publicado não reflete a opinião do portal Vvale