Depois de uma grande estiagem, chuvas castigam o Vale do Iguaçu

Depois de uma grande estiagem, rios enchem e mudam a paisagem. Estrada do interior de Porto União está interditada pelo Rio Timbó. Na região, outros problemas são registrados

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Atualizado há 6 anos

As chuvas prolongadas que afetam o sul do Brasil e o Vale do Iguaçu, provocam alagamentos e até a interdição de uma estrada no interior de Porto União. O Rio Timbó transbordou e as águas interromperam o tráfego na estrada que liga a comunidade do São Pedro do Timbó ao rio Tamanduá, desde domingo, 14. Outras estradas sofrem problemas pontuais em consequência do mau tempo.

Conforme o morador do local, Jardel Portela, o trecho está intransitável desde a tarde de domingo, mas não foram verificados alagamentos em casas e ninguém precisou ser desalojado. Ainda segundo Portela, o nível do Rio Timbó continuava subindo até o fechamento da reportagem, na tarde desta segunda, 15, e carros, caminhões e ônibus não conseguiam atravessar o alagado.

Outros pontos de estradas do interior do município começam a apresentar problemas pontuais, assim como algumas ruas de bairros, que sofrem com infiltrações e buracos. O prefeito de Porto União, Eliseu Mibach, alertou que enquanto o tempo não melhorar, o departamento de obras não tem como fazer as manutenções necessárias. “O solo está molhado e se colocar as máquinas para trabalhar vai estragar mais ainda”, comentou.

Mibach disse ainda, por telefone, que a Defesa Civil está mobilizada e de plantão para emergência. O prefeito retratou problemas no Loteamento Palmas e no Jardim Oliveira. “Há risco de desabamentos, então estamos socorrendo algumas casas no local, decretamos emergência no local, a Defesa Civil está em alerta permanente”, disse.

Também segundo ele, a prefeitura faz  um trabalho grande na encosta de um morro que liga as duas comunidades. “Infelizmente o tempo não colabora, então não estamos conseguindo concluir o trabalho”, lamentou. As máquinas estão no local trabalhando na área periférica do deslizamento.

Enchente de enxurrada

Em União da Vitória o problema é com os bueiros e bocas-de-lobo. As chuvas e a sujeira nas ruas voltaram a provocar entupimento na Rua Castro Alves, na região do bairro Ponte Nova. No dia 6 deste mês, funcionários da Secretaria de Obras já haviam desobstruído os bueiros pelo mesmo problema. Moradores da rua contam que é só voltar a chover que o trecho fica alagado, com água nos portões das casas.

Como o volume de chuvas é maior do que o normal, as galerias pluviais não aguentam e a sujeira encontrada na rua também é tragada para dentro do bueiro provocando o alagamento. Com a diminuição do volume de chuvas, as águas escoaram e a situação voltou a no normal. Áreas do Parque Ambiental Ari Queiroz estão alagadas, mas o rio não transbordou no local.

Risco de deslizamentos

Outro ponto que preocupa as autoridades é a Autopista Wenceslau Vaz, também em União da Vitória. Com a chuva prolongada, o risco de novos deslizamentos é alto. Usuários da via e moradores do bairro Dona Mercedes, estão há 48 dias sem poder usar a principal via de acesso em consequência de um deslizamento de rochas ocorrido no dia 25 de agosto. Cansados de esperar, moradores e usuários resolveram usar um atalho improvisado que passa ao lado dos obstáculos colocados para interditar a via. Diariamente, centenas de pessoas arriscam a vida enquanto esperam uma solução que deveria ter vindo do Departamento de Estradas e Rodagem (DER/PR).

De estiagem ao excesso de água

O Rio Iguaçu pode até ser lindo, mas é estranho. Há poucos dias, o Iguaçu sofria com uma estiagem. Quem passou pelas pontes no dia 20 de agosto, por exemplo, se assustou ao ver o baixo volume de água. Na régua de aferição da Machado da Costa, o rio estava com 1,44 metro. Com a escassez de chuvas, teve gente atravessando o Rio a pé, de bicicleta e até de carro. Agora, menos de dois meses depois e muita chuva, o Iguaçu aparece com toda a sua imponência. Na tarde desta segunda-feira, 15, por volta de 15 horas,  o rio estava com 4,60 metros.

Região também registra ocorrências

O município de Caçador, já está em situação de alerta em razão das chuvas, segundo aviso emitido pela Defesa Civil, ainda no final de semana. O nível do Rio do Peixe subiu mais e se aproxima da cota de alerta. O coordenador da Defesa Civil de Caçador, Sérgio Elói Bisotto, disse que o nível chegou próximo aos três metros durante a noite. Segundo ele, por volta das 21h45, o nível baixou.

Em Canoinhas, no planalto norte catarinense, rajadas de vento e fortes chuvas causaram estragos no fim de semana, especialmente no sábado. O bairro mais atingido foi o Sossego. O Corpo de Bombeiros atendeu a cinco solicitações de corte de árvores caídas sobre residências e três ocorrências envolvendo destelhamento de casas. Eles fizeram a retirada das árvores utilizando guincho da viatura, escada e motosserras. Os bombeiros ainda cobriram as casas descobertas com lonas e retiraram as telhas que estavam oferecendo perigo a população atingida. Não houve feridos.

Em Paula Freitas, no sul do Paraná, um homem morador da localidade de Vargem Grande, está desaparecido desde sexta-feira, 12, quando saiu para pescar. O Corpo de Bombeiros de União da Vitória realiza buscas no local onde foi localizada sua motocicleta e as varas de pescar. Em consequência das chuvas prolongadas, o nível do Rio Iguaçu está acima do nível normal e os bombeiros trabalham com a possibilidade de que o pescador possa ter caído na água.