É uma tragédia sem precedentes. O nível do Guaíba sobe de forma muito acelerada. O Centro de Porto Alegre, durante toda a sexta-feira, 03, foi sendo tomado pelas águas. Algo inimaginável e que não acontecia desde 1941, quando ocorreu a pior enchente da história da Capital dos gaúchos. De acordo com as projeções, essa cheia de 2024 poderá ultrapassar aquela de 83 anos atrás.
Na tarde desta sexta-feira, o Guaíba atingiu a marca de 4,56 metros, a maior desde a enchente histórica de 1941, quando o rio chegou aos 4,76 metros. A expectativa, contudo, é que o rio ultrapasse a marca e chegue aos 05 metros ainda hoje. Circulam pelas redes sociais estimativas das áreas que possivelmente serão alagadas pelo Guaíba na capital gaúcha. Cota habitual é de cerca de 1,80 metro.
“Para quem conhece Porto Alegre, é realmente assustador. Eu morei na cidade por mais de 20 anos e nunca presenciei algo parecido. Ver a água atingindo prédios históricos como o Mercado Público, a Prefeitura de Porto Alegre, a Praça da Alfândega, toda a região central, traz um sentimento de incredulidade. E o que ainda pode estar por vir, nos deixa ainda mais apreensivos. Mesmo não estando mais lá fisicamente, a gente deixa familiares e amigos. E os relatos que eu recebo dessas pessoas são impressionantes. É difícil de acreditar”, relata o jornalista do Grupo Verde Vale de Comunicação, Rafael Peruzzo, que residiu por duas décadas em Porto Alegre.
Panorama
O Rio Grande do Sul já registra 39 mortes em decorrência das chuvas que atingem o estado desde o início da semana. Segundo a Defesa Civil, 68 pessoas estão desaparecidas.
Mais de 8 mil pessoas já foram resgatadas pelas forças integradas de segurança e 24 mil estão desalojadas. Até agora, o governo contabiliza 265 municípios afetados, do total de 497 em todo o estado.
Ao atualizar os números na tarde desta sexta-feira, 03, o governador Eduardo Leite disse que a situação ainda é crítica especialmente nas regiões central, vales e serra. Ele também fez um alerta para os moradores de Porto Alegre e região metropolitana, que podem ser atingidos nas próximas horas por causa da cheia do Lago Guaíba.