“Estou com outro olhar da vida”, diz jovem com coronavírus

Aos 21 anos e sem nenhuma doença pré-existente, a moradora de Porto Vitória comenta o susto diante do diagnóstico positivo da doença respiratória

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Atualizado há 4 anos

 

Ela não sofreu preconceito, tampouco julgamento diante do diagnóstico positivo para a Covid-19. Afirma que o que a mantém com força são os pensamentos positivos e as correntes de orações que veem dos moradores da pequena Porto Vitória, no Sul do Paraná.

As energias positivas vão para a primeira pessoa que apresentou a doença respiratória na cidade, mesmo embora a sua identidade seja preservada.

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“Não posso sentir o abraço dos meus pais e o restante da minha família e amigos. Preciso olhar e matar a saudade pela janela do quarto, vendo-os na rua”, diz. (Foto: reprodução)

Fazendo o uso das redes sociais para passar o tempo, a jovem conversou com a reportagem do Portal Vvale. Por meio de textos é possível conferir o otimismo e a fé da moradora. Aos 21 anos e sem nenhuma doença pré-existente, ela não esconde o susto diante do diagnóstico positivo.

A moradora que é pequena em tamanho, mas gigante em suas ações para ajudar o próximo, se recupera em isolamento domiciliar, com apoio dos pais que testaram negativo para o coronavírus.

“Tenho um quarto e banheiro exclusivos. Passo o dia todo somente no quarto, onde recebo a medicação e minhas refeições. Todas as manhãs, enquanto tomo banho, minha mãe coloca os EPI’s necessários e faz a desinfecção do quarto”, diz.

A jovem é profissional da saúde na cidade de Caçador (SC), com atuação em um hospital na cidade. Garante que desde o início da pandemia tem feito o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como é o caso da máscara e uso do álcool gel.


Resultado

A jovem recebeu o resultado do exame no sábado, 27. A obrigatoriedade do isolamento social segue até o dia 2 de julho, após reavaliação médica.

“Tudo começou no dia 18 de junho, passei mal em decorrência de crise renal. Foi então que passei o fim de semana ruim, sem reagir e no domingo fui levada ao Hospital Regional de União da Vitória para exames. A crise renal não passava e comecei a ter alguns sintomas como perda do paladar e do olfato, tosse e início de febre. Fui medicada e procurei um nefrologista que já requisitou a coleta do exame para a Covid-19. Fiquei em isolamento com a minha família até sair o resultado. Durante a semana, passei por vários picos de dores, como febre, leve falta de ar, perca total do paladar e olfato, dores abdominais, pressão alta e cefaleia intensa”, relata.

“Estou com outro olhar para a vida. Optei pela área da saúde para salvar vidas e em relação a família o laço que nós une é um por todos e todos por um, indiferente do obstáculo que temos para enfrentar”.

A jovem é monitorada pelos profissionais da saúde de Porto Vitória. Ela não necessitou de intubação.

“Só quem passou por isso sabe o quanto é triste precisar ficar distante das pessoas que mais amamos, são dias que não passam, noites longas em claro. Por tanto se cuidem e cuidem de quem ama vocês. Pois eu fui atingida por esse vírus trabalhando e, hoje não posso sentir o abraço dos meus pais e o restante da minha família e amigos. Preciso olhar e matar a saudade pela janela do quarto, vendo-os na rua”.


Situação atual

Boletim epidemiológico apresentado pela Secretária de Saúde de Porto Vitória, nesta segunda-feira, 29, apresenta 12 casos descartados de coronavírus, um caso confirmado e três em monitoramento.