“Milagre da UTI”

Moradora de Porto Vitória se recupera da doença após 76 dias internada no Hospital Regional São Camilo

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Atualizado há 3 anos

Momento foi desafiador.

Por alguns dias, aquele sorriso cativante de Sirlei Maria Ostvald havia ficado comprometido. Pessoa discreta, poucas palavras e dona de uma alegria infindável, fez muita falta na pequena Porto Vitória, sua cidade natal.

Após 76 dias internada no Hospital Regional São Camilo, em União da Vitória, para tratar complicações da Covid-19, a professora Sirlei Maria Ostvald, 48 anos, tem muito que comemorar. Sua história de superação entrou para as estatísticas da pandemia como uma das mais longas batalhas, até então, contra a doença em Porto Vitória. Alta foi comemorada com alegria e emoção por familiares, amigos e profissionais de saúde da unidade hospitalar.

Sirlei começou a sentir os sintomas no dia 27 de novembro de 2020. Apresentou dores de garganta, dores no corpo, na cabeça, tosse seca e falta de ar. Sirlei sentiu os sintomas se agravarem, precisou ir para o hospital, e já ficou internada, necessitando de intubação.

A luta pela vida começou em 04 de dezembro; alta aconteceu somente em 18 de fevereiro.

“Toda a minha família foi infectada, mas graças a Deus, foram casos leves ou assintomáticos. As possibilidades sobre como contraímos o vírus são muitas e, se torna impossível afirmar local ou de quem nos contaminamos”, conta.

Sirlei Ostvald 3
Fotos: Arquivo Pessoal

Se considera um milagre?

Sirlei apresenta comorbidades, como hipertensão e diabetes.

“Sim, sou um milagre. Inclusive as enfermeiras se referiam carinhosamente a mim como o ‘milagre da UTI’. Acredito que Deus faz esses milagres através da ciência”, afirma.

A professora agradece o carinho e as orações recebidas vindas não apenas de Porto Vitória, mas de toda a região.

“Certamente o carinho, orações e boas energias que me mandaram foram essenciais na minha recuperação”, diz.

Desde a alta, Sirlei vem se recuperando gradativamente. Apresentou sequelas causadas pelo vírus, como dificuldade para se locomover, o que requer sessões de fisioterapia e curativos diários em uma escara sacral – feridas que aparecem na pele de pessoas que permanecem muito tempo na mesma posição, geralmente acamadas ou com mobilidade reduzida. “Continuo na luta! ”, afirma.

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Fotos: Arquivo Pessoal

Pessoa querida

Nas redes sociais, diversas manifestações de carinho pediam por sua recuperação, reiteravam o quanto sentiam a sua falta e reforçavam o quão querida é para seus amigos e familiares.

Professora no Colégio Estadual Casimiro de Abreu, Sirlei mora com o pai e é vizinha da irmã Elenir, sendo muito unidos. “Também temos o Lico que é nosso cachorrinho; meu fiel escudeiro que sempre quer ficar perto, em especial agora, durante minha recuperação. Durante o período em que eu estava internada, o meu sobrinho foi meu acompanhante durante a noite no hospital, além disso, muitos amigos, familiares, enfermeiros, técnicas de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, médicos, enfim toda a equipe do Hospital São Camilo e da Unidade de Saúde de Porto Vitória, me ajudaram durante o internamento. Todos são anjos disfarçados de humanos a quem serei eternamente grata”, relata.

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Fotos: Arquivo Pessoal

Principal recado

“Usem máscara, álcool em gel e se puderem fiquem em casa. Protejam vocês e todos que amam”, acrescenta a professora.

Fotos: Arquivo Pessoal
Fotos: Arquivo Pessoal