Primeira morte covid-19 em Porto União: “Nossa família sofreu preconceito”

Celso Andrezeievski, de 58 anos, perdeu a batalha para a doença em julho do ano passado

·
Atualizado há 3 anos

Com a família (Arquivo Pessoal)

Natural de Irineópolis, Celso Andrezeievski – ainda na infância, adotou Porto União como a sua terra querida. Foi na cidade catarinense que ele construiu sua família, conquistou amigos e se destacou profissionalmente. Celso tinha muito planos: ver os netos crescerem e aplaudir as realizações de sua única filha. Porém, nada aconteceu como planejado. Aos 58 anos, o morador do bairro Santa Rosa foi a primeira vítima da Covid-19 em Porto União. A notícia chocou familiares e amigos que seguem devastados pela sua perda.

Com a filha Tanicelli (Arquivo Pessoal)

Marisa Andrzeievski, irmã de Celso, conta que ele estava internado na Comunidade Terapêutica Fundação Hermon em Porto União. Os sintomas da Covid apareceram no dia 6 de julho de 2020. Após piora no seu quadro de saúde, Celso foi internado no Hospital Regional de União da Vitória.

“Meu irmão necessitou de intubação por 14 dias. Ele não resistiu à doença e veio a óbito no dia 22 de julho do ano passado”.

Segundo Marisa, a notícia da morte de Celso foi um ‘baque’.

“Além da tristeza da perda, nossa família sofreu preconceito no começo, pelo fato do meu irmão ter sido uma das primeiras pessoas da cidade a perder a luta para a doença”, desabafa.

Com a mãe Aurica (Arquivo Pessoal)

Celso, era chamado carinhosamente por Tétio. Era relojoeiro e gostava de pescar.

“Ele adorava minha comida e sempre que conseguia almoçava comigo. Gostava muito de ajudar as pessoas e tinha um coração gigante”, conta Marisa.

Divorciado, Celso era muito apegado com a sua única filha Tanicelli e pelos netos Enzon e Antoni. Também era muito querido e próximo dos irmãos Marisa, Margarete e Alvir.

“Era bem participativo em nossa vida. A nossa mãe chora a todo momento em que lembra ou que tocamos no assunto. Não tem explicação sobre como é perder uma pessoa da família para essa doença. E o pior, sem uma despedida digna. Temos muita saudade dele, pois sempre fomos unidos”.


 “Gostava muito de ajudar as pessoas e tinha um coração gigante”


Nos ajude a contar a história daqueles que amamos, e que acabaram perdendo a batalha contra a Covid-19.

São pessoas nossas, da nossa terra.

Queremos eternizar a memória daqueles que um dia foram tão importantes. Entre em contato com a reportagem!