“Uma aflição atrás da outra”, diz responsável em asilo de Porto Vitória

Covid-19 mostrou sua face cruel no local; acolhidos estão assustados com a doença respiratória

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Atualizado há 3 anos

“Foi uma aflição atrás da outra. A gente nem se recuperava de uma notícia já chegava outra”.

            O desabafo é da coordenadora geral da Associação de Proteção e Amparo ao Deficiente Físico (Apadefic) de Porto Vitória (PR).

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(Fotos: reprodução)

Conta ela, que no dia 2 de dezembro, uma funcionária e dois acolhidos testaram positivo para a Covid-19.

“O idoso que testou positivo tem um filho com deficiência. Ele também está acolhido na entidade. Porém, como o idoso toca muito nas mãos e no rosto do filho a médica achou por bem isolar o jovem também. A funcionária foi afastada, os dois positivos e os dois suspeitos foram para o isolamento. O jovem não foi diagnosticado com a Covid”.

Ainda, neste mês, mais uma profissional da equipe testou positivo.

“Nesse meio tempo, mais um idoso recebeu alta do Hospital Regional”. A Apadefic custeou o tratamento dos acolhidos.

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A última testagem aconteceu no dia 14 de dezembro e realiza pela 6ª Regional de Saúde. Até agora, não foram houveram mais diagnosticados com o vírus. Os positivos estão em isolamento domiciliar.

 “Nós trabalhamos tanto naquela semana comprando TNT para fazer jalecos, indo atrás de costureira, comprando máscaras, luvas, face shield, toucas, proteção de calçados, comprando produtos de higiene e limpeza para que não houvesse compartilhamento nos diversos ambientes; mandamos ando instalar chuveiro e pia para lavar as mãos na varanda do isolamento, providenciando geladeira, lixeiras, vasilhas para coleta de roupas e comprando ventiladores. O que mais desgastava a gente era o medo da notícia de que alguém começasse a apresentar os sintomas e começassem a morrer um atrás do outro. Graças a Deus isso não aconteceu e nem vai acontecer”, pede em oração.

A Apadefic tem hoje 42 acolhidos.


Você conhece a relação entre o envelhecimento e a covid-19?

Grupo com maior risco de letalidade devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), os idosos demandam políticas públicas e ações especiais para prevenir sua infecção pela doença.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a letalidade entre pessoas de 40 a 49 anos é de 0,4%. De 50 a 59, o risco sobe para 1,3%. Para idosos de 60 a 69 anos, as chances de letalidade aumentam para 3,6%. Entre 70 a 79 anos, é de 8%. Já entre idosos acima de 80 anos, o risco cresce para 14,8%.