Voluntário tem “efeito adverso grave” e estudo com vacina de Oxford é paralisado

O estudo estava na terceira e última fase de testes em humanos, a última antes da liberação

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Atualizado há 4 anos

(Foto: Pixaby)
(Foto: Pixaby)

Foram suspensos temporariamente nesta terça-feira, 8, os testes da vacina contra o coronavírus (Covid-19) desenvolvida em conjunto pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca. Um voluntário apresentou reação adversa que pode estar vinculada à vacina, que estava na terceira e última fase de testes em humanos, a última antes da liberação.

Detalhes a respeito do caso não foram repassadas pela farmacêutica, mas o jornal “The New York Times” divulgou que o paciente teve mielite transversa, uma síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal.

Em nota, a AstraZeneca afirmou que a suspensão se deve a um procedimento padrão que tem como objetivo revisar os dados de segurança por um comitê independente.

“Esta é uma ação rotineira que deve acontecer sempre que for identificada uma potencial reação adversa inesperada em um dos ensaios clínicos, enquanto ela é investigada, garantindo a manutenção da integridade dos estudos.” — AstraZeneca

A suspensão dos testes envolve também a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), uma das responsáveis pelo estudo no Brasil. 5 mil voluntários brasileiros já teriam sido vacinados segundo a Unifesp e que “não houve registro de intercorrências graves de saúde”.

O Brasil prevê investimento de R$ 1,9 bilhão com a vacina, sendo R$ 1,3 bilhão com custos à farmacêutica, R$ 522,1 milhões na produção das doses pela Fiocruz/Bio-Manguinhos e R$ 95,6 milhões para incorporação da tecnologia pela Fiocruz.

Em nota, a responsável pela autorização dos testes no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou ter sido informada pela AstraZeneca sobre a suspensão.

“A agência aguarda o envio de mais informações sobre os motivos da suspensão para analisar os dados e se pronunciar oficialmente”, informou

O laboratório britânico informou a Fundação Oswaldo Cruz, a qual divulgou que estará acompanhando o caso antes de se manifestar.


Vacinas na última fase de testes

  • Janssen Pharmaceutical Companies (EUA)
  • Moderna/Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (EUA)
  • BioNTech/Fosun Pharma/Pfizer (Alemanha e EUA)
  • Sinovac (China)
  • Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan/Sinopharm (China)
  • Instituto de Produtos Biológicos de Pequim/Sinopharm (China)
  • CanSino Biological Inc./Instituto de Biotecnologia de Pequim (China)
  • Instituto de Pesquisa Gamaleya (Rússia)