A história do artista plástico Moisés Vianna precisa ser contada aqui do fim para o começo. É que foi no encerramento de sua entrevista concedida ao professor Aluizio Witiuk na CBN Vale do Iguaçu, que o artista plástico contou um detalhe de postura, sobre a identificação de suas telas. Com um carinho especial pelas peças sacras, nicho que vem lhe colocado num cenário especial da cultura regional, Vianna não assina suas telas ou outras obras. O trabalho passa em branco, sem a inscrição de seu nome ou de sua esposa, Jussara, que o artista chama de Sara, que o ajuda intensamente. Para ele, a obra sacra é uma evangelização, onde os holofotes não são para ele, mas para as figuras santas que pinta.
A arte sacra tem Moisés Viana, natural de uma comunidade que fica entre as cidades de Palmas e General Carneiro, ambas no Paraná, coloca o artista em destaque. Ele tem obras espalhadas pelo País todo. Apenas em Curitiba, conta que já perdeu a conta de quantas obras já pintou. No Vale do Iguaçu, são deles as ilustrações do salão paroquial da igreja Matriz, de Porto União, a pintura da capela do Morro do Cristo e um pouco além, em Porto Vitória, os vitrais da paroquia São Miguel Arcanjo.
Tudo começou ainda na infância, quando o então menino, mostrava habilidade com o lápis. “No tempo de colégio, eu gostava de desenhar com lápis, tinta guache. Era destaque nas aulas de educação artística. Até os meus amigos eu tinha que ajudar”, conta.
O dom encontrou a oportunidade de virar talento quanto, ainda adolescente, Viana começou a trabalhar em uma livraria que, entre outras coisas, vendia tinta e tela.
“Eu não conhecia esse material. Acabei conhecendo e conhecendo também alguns artistas importantes da região, que compravam o material e pediam para entregar”, sorri. Na lista, estão Amadeu Bona e Eric Will, por exemplo.
Tamanha naturalidade para combinar tons e texturas, encorajou o artista a deixar sua carreira estável, como funcionário público, para aventurar-se na arte. Para a jornada, encontrou uma companheira e tanto: Jussara, a “Sara”, como Viana prefere chamar.
“Pintei muitos retratos, paisagens, sozinho. Quando eu comecei a fazer a arte sacra, de uns 5 anos para cá, passei umas técnicas para a Sara. Ela era muito boa, se destaca com o artesanato dela. Passei as técnicas da icnografia para ela. Como tem muito trabalho, ela me ajuda muito. Ela pega um quadro e ela desenvolve”, explica.
Assim, a dupla trabalha e pinta junto. Diferente do perfil tradicional, que consagra os trabalhos solos, Viana e Sara são um coletivo. E que tem dado certo.
“Percorrer o caminho da arte, divulgando o trabalho, fazendo essa apelação que desde a caverna se comunica, é o que importante”, sorri.
Moisés Viana é filho de João e Maria Alves Viana. É de uma família de oito irmãos. O artista veio para União da Vitória pequeno, aos seis anos. Cresceu e estudo no Vale. Já pintou à noite, sem luz em casa, de dia e sua primeira obra, foi uma paisagem natural da região