Você sabe o que é um vau? Conhece o monumento histórico em União da Vitória? Talvez você não conheça, não tenha prestado atenção, mas o vau é figura presente no cotidiano de quem mora no Vale – e você nem notou. No centro, há placas informativas que apontam onde o vau está. No prédio da prefeitura de União, basta ir pelas escadas do imóvel para se deparar com uma pintura que tem o vau como protagonista. Schuvaloff assina outra importante obras, onde o protagonista é o vau. A peça fica no acesso ao plenário, da Câmara de Vereadores.
Ficou curioso para saber mais? Então, anote essa data: 2 de outubro. É neste dia que a mostra, ‘Tributo à Passagem do Vau do Iguaçu’ será aberta. O convite é aberto à comunidade. A exposição abre às 19h30 de quarta-feira, na Galeria de Artes Erich Will, e segue assim até o dia 16, com visitação das 12 às 18 horas. A entrada é franca.
“Essa exposição temática retrata através dos pinceis o famoso vau do Iguaçu que apesar de histórico, é pouco conhecido e valorizado”, comenta Ivanira Olbertz, integrante da Associação Amadeu Bona, entidade que fomenta a mostra.
‘Tem que ter uma passagem’
A noite de estreia da mostra contará com a presença do músico e padre, Emílio Bortolini. Ele é autor da música, ‘Tem que ter uma passagem’ (leia a canção no quando), que, justamente, tem com o vau como inspiração. A canção está na obra, Onze por Todos, Todos por Onze, que será lançada no auditório da Estação União (no piso superior da galeria de artes) no dia 3.
“É uma Leitura Orante da cidade e do Iguaçu. Partindo do futebol, da história e cultura, trato das diversas dimensões da vida humana e culmino em oração. É como uma roda de bicicleta: cada aro sai de um lugar e todos se encontram no centro”, antecipa.
A obra de Emílio Bortolini estará a venda no lançamento. “O livro é para todos tenham interesse em espiritualidade, história, cultura, futebol”.
Spoiler
O Comércio não termina a matéria que dá pistas do que é o vau sem contar mais sobre ele. É um spoiler, mas é informação. O vau é uma passagem mais rasa que, no Iguaçu, foi descoberta pelo tropeiro Pedro Siqueira Cortes, em 1842. Na época, havia uma grande seca e o rio, permitiu a travessia. Foi a partir disso, que tudo começou.
O vau ganhou um monumento, ainda na década de 90. Na época, Therezinha Wolff era a secretária da Cultura e mobilizou o projeto. “Era para marcar o centenário de União da Vitória. Na época, cinco entidades ajudaram. Na inauguração, fizemos missa crioula, criamos um jardim. Ficou muito bonito”, contou ela para outras edições de O Comércio.
O monumento tem, por exemplo, além de um resumo da história do vau, a reprodução de uma das fotografias mais interessantes da época. “Ela foi feita por Metha Luize Moecke, da janela da casa dela. Mostrava o gado atravessando o rio”, lembrou a ex-secretária.
TEM QUE TER UMA PASSAGEM
“Nosso caminho foi árduo e longo
Mas nada conseguiu nos parar
Nenhum obstáculo, nem dificuldade
Vai nos fazer desanimar
Tem que haver uma saída
Tem que ter uma passagem
Não podemos ficar parados
Temos que seguir viagem
Um muro de água se ergue agora
Entre nós e nosso objetivo
Temos paciência, sabemos esperar
Nada derrota quem tem um bom motivo
Tem que haver uma saída
Tem que ter uma passagem
Isso não é só uma viagem
É um reflexo da nossa vida
Como Moisés à margem do mar
Pedimos o Vosso Auxílio, Senhor
Mostra o caminho, vai à nossa frente
Sede nosso batedor
Encontramos a saída
Achamos a passagem
A Esperança não decepciona
Vamos seguir viagem”