EXPOSIÇÃO: Artistas pintam a passagem do vau

Marco histórico do Vale do Iguaçu será representado com tinta e telas, na mostra que tem o espaço como tema

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Atualizado há 5 anos

Monumento marca a passagem dos tropeiros: o início de tudo (Fotos: Divulgação/Arquivo JOC).
Monumento marca a passagem dos tropeiros: o início de tudo (Fotos: Divulgação/Arquivo JOC).

Você sabe o que é um vau? Conhece o monumento histórico em União da Vitória? Talvez você não conheça, não tenha prestado atenção, mas o vau é figura presente no cotidiano de quem mora no Vale – e você nem notou. No centro, há placas informativas que apontam onde o vau está. No prédio da prefeitura de União, basta ir pelas escadas do imóvel para se deparar com uma pintura que tem o vau como protagonista. Schuvaloff assina outra importante obras, onde o protagonista é o vau. A peça fica no acesso ao plenário, da Câmara de Vereadores.

Ficou curioso para saber mais? Então, anote essa data: 2 de outubro. É neste dia que a mostra, ‘Tributo à Passagem do Vau do Iguaçu’ será aberta. O convite é aberto à comunidade. A exposição abre às 19h30 de quarta-feira, na Galeria de Artes Erich Will, e segue assim até o dia 16, com visitação das 12 às 18 horas. A entrada é franca.

“Essa exposição temática retrata através dos pinceis o famoso vau do Iguaçu que apesar de histórico, é pouco conhecido e valorizado”, comenta Ivanira Olbertz, integrante da Associação Amadeu Bona, entidade que fomenta a mostra.

‘Tem que ter uma passagem’

A noite de estreia da mostra contará com a presença do músico e padre, Emílio Bortolini. Ele é autor da música, ‘Tem que ter uma passagem’ (leia a canção no quando), que, justamente, tem com o vau como inspiração. A canção está na obra, Onze por Todos, Todos por Onze, que será lançada no auditório da Estação União (no piso superior da galeria de artes) no dia 3.

Emilio Bortolini lança a obra no dia 3: no dia 2, ele participa da abertura da exposição
Emilio Bortolini lança a obra no dia 3: no dia 2, ele participa da abertura da exposição

“É uma Leitura Orante da cidade e do Iguaçu. Partindo do futebol, da história e cultura, trato das diversas dimensões da vida humana e culmino em oração. É como uma roda de bicicleta: cada aro sai de um lugar e todos se encontram no centro”, antecipa.

A obra de Emílio Bortolini estará a venda no lançamento. “O livro é para todos tenham interesse em espiritualidade, história, cultura, futebol”.

Spoiler

O Comércio não termina a matéria que dá pistas do que é o vau sem contar mais sobre ele. É um spoiler, mas é informação. O vau é uma passagem mais rasa que, no Iguaçu, foi descoberta pelo tropeiro Pedro Siqueira Cortes, em 1842. Na época, havia uma grande seca e o rio, permitiu a travessia. Foi a partir disso, que tudo começou.

O vau ganhou um monumento, ainda na década de 90. Na época, Therezinha Wolff era a secretária da Cultura e mobilizou o projeto. “Era para marcar o centenário de União da Vitória. Na época, cinco entidades ajudaram. Na inauguração, fizemos missa crioula, criamos um jardim. Ficou muito bonito”, contou ela para outras edições de O Comércio.

O monumento tem, por exemplo, além de um resumo da história do vau, a reprodução de uma das fotografias mais interessantes da época. “Ela foi feita por Metha Luize Moecke, da janela da casa dela. Mostrava o gado atravessando o rio”, lembrou a ex-secretária.

TEM QUE TER UMA PASSAGEM

“Nosso caminho foi árduo e longo

Mas nada conseguiu nos parar

Nenhum obstáculo, nem dificuldade

Vai nos fazer desanimar

 

Tem que haver uma saída

Tem que ter uma passagem

Não podemos ficar parados

Temos que seguir viagem

 

Um muro de água se ergue agora

Entre nós e nosso objetivo

Temos paciência, sabemos esperar

Nada derrota quem tem um bom motivo

 

Tem que haver uma saída

Tem que ter uma passagem

Isso não é só uma viagem

É um reflexo da nossa vida

 

Como Moisés à margem do mar

Pedimos o Vosso Auxílio, Senhor

Mostra o caminho, vai à nossa frente

Sede nosso batedor

 

Encontramos a saída

Achamos a passagem

A Esperança não decepciona

Vamos seguir viagem”