FÉ: Sorte no jogo, sorte no amor

Cartomante, Lindarci Miranda, vê nas cartas do baralho as previsões para o futuro. Aos 53 anos, ela vê, revela, orienta – e reza para que o caminho mude

·
Atualizado há 5 anos

carimbo-especial-fe

O baralho é igual ao usado nos jogos, mas, de um dourado brilhante, que faz os números bailarem a olhos vistos. Talvez, seja apenas o efeito da luz. Ou da fé. A crença de que a combinação de números e de ícones representam algo, levam inúmeras pessoas à casa de Lindarci Miranda, de 53 anos.

Moradora do bairro Santa Rosa, em Porto União, Linda é uma típica cigana urbana: gosta de cores fortes, joias, maquiagem, batom rosa na boca. Não é para menos que toda sua interpretação seja desejada através da cigana Esmeralda, uma entidade espiritual, da Espanha. Aliás, o uso do baralho é outra composição tipicamente do grupo. “A cartomancia é isso, prever o futuro, ver. É um baralho normal, de jogo mesmo. Consigo ver lá no passado, entender algum bloqueio, algo que ficou lá no passado. Tem que ter o dom da cura, para cortar esse prejuízo. Atendo muitos com a depressão. Você precisa descobrir de onde vem isso”, explica. “Vejo isso tudo do meu dom e da minha inspiração, da cigana”.

Na mesa, imagens da Cigana Esmeralda, Divino Espírito Santo e Iemanjá: presentes, como batons, joias e vinhos, também decoram o ambiente (Fotos: Mariana Honesko).
Na mesa, imagens da Cigana Esmeralda, Divino Espírito Santo e Iemanjá: presentes, como batons, joias e vinhos, também decoram o ambiente (Fotos: Mariana Honesko).

Linda é casada, mãe, avó. Desde pequena sentia que tinha um dom diferente. Criança, foi até chamada de maluquinha, de tão evidente sua habilidade mediúnica. “Minha tia Nadir, que tem 93 anos, sempre viu cartas, desde bem jovem e ela dizia que me passaria o baralho dela. E foi o que aconteceu”, conta.

E assim, com o baralho herdado, cresceu, construiu a vida e há sete anos, por conta da demanda, decidiu trabalhar apenas com a leitura das cartas – e abrir sua própria casa para receber os fiéis. Hoje, mais estruturada, a casa tem um cantinho reservado para as consultas que, em média, levam uma ora e custam R$ 100. A cartomante recebe gente de todo tipo, de toda a classe social, gente com autoridade, gente de perto, e quem vem de longe. “Atende senhoras de idade, homens, mulheres, sempre maiores de idade. Hoje em dia, me procuram muito sobre a tristeza, a depressão. Muitos querem conversar. Atendo até psicólogos aqui. É um dom”, diz, com simplicidade. “Agradeço todos os dias meu dom e por ajudar as pessoas. Decidi parar de trabalhar de fora para cuidar desse atendimento”.

Linda põe as cartas na mesa e revela tudo: previsões boas e aquelas nem tão positivas assim
Linda põe as cartas na mesa e revela tudo: previsões boas e aquelas nem tão positivas assim
Leitura das cartas

Interpretar o baralho só pode ser feito a partir de uma autorização de quem procura Linda e seu serviço. Por isso, ele não serve para fofocas, para matar a curiosidade sobre uma determinada pessoa, por exemplo. O jogo é “cortado” pelo cliente, que, com o gesto, autoriza a leitura.

E Linda é franca, revela o que é bom e o que não é, sem rodeios. Literalmente, ela coloca as cartas à mesa. Se as cartas mostram algum prejuízo financeiro, por exemplo, ou um acidente de trânsito, a cartomante explica que é possível reverter o cenário, desde que haja fé e atitude. “Com meus seres de luz eu vejo e peço para não acontecer aquilo. Não adianta procurar alguém, vê que vai acontecer algo e não fazer nada”, pontua.

Entretanto, neste contexto, existem ressalvas. “Podemos evitar um acidente, um furto na casa. Eu faço oração e isso se evita. O segredo de tudo é a fé. Em tudo o que você faz, fé é preciso. Se não tiver a fé, de acreditar em algo maior, nem adianta. Quem não tem fé, não tem esperança.

Inspiração cigana para ver o baralho
Inspiração cigana para ver o baralho
Serviço

Linda atende em casa, todos os dias da semana. É preciso agendar uma consulta. A cartomante mora atrás da Central da Cidadania. Seu telefone, é o 42 99166 4454.