“Lobisomem não existe! ”, garante padre

José Balbino dos Santos Filho, da Paróquia Nossa Senhora do Rocio, diz que o personagem é ficção

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Atualizado há 4 anos

É tempo de quaresma e com ela vem à tona as inúmeras histórias de lobisomem.

“Você já ouviu falar em alguma história? ”

“Sim! Ouvi muitas histórias de lobisomem”, garante o padre José Balbino dos Santos Filho.

O baiano assumiu recentemente a Paróquia Nossa Senhora do Rocio, em União da Vitória. O religioso garante que as visões envolvendo o personagem não passam de ficção.

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“Existe aquilo que dizem do lobisomem, mas ele mesmo não tem sentido de ser e de existir. É uma lenda. Cada local do País tem uma forma diferente de abordar o personagem. Cada cultura tem os seus mitos”, explica.

Segundo ele, muitas pessoas associam a quaresma com o lobisomem.

“Isso não deve acontecer porque a Quaresma é a designação do período de quarenta dias que antecedem a principal celebração do cristianismo, neste caso, a Páscoa, a ressurreição de Jesus Cristo, que é comemorada no domingo. Normalmente se recolhem em oração e penitência para lembrar os 40 dias passados por Jesus no deserto e os sofrimentos que ele suportou na cruz”, explica.


Origem do lobisomem

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NASCE O LINCANTROPO

Referências a homens-lobo aparecem nas obras de filósofos antigos, como Heródoto, Pausânias e Plínio, o Velho. Na mitologia grega, existe a história do rei Licaão da Arcádia, que fez Zeus comer as vísceras cozidas do próprio filho. Para puni-lo, o deus o transformou num lobisomem. É dele que vem o termo “licantropia” (a habilidade mágica de se transformar nessa criatura).


SE FICAR, O BICHO PEGA…

Quase todas as culturas antigas tinham lendas que misturavam homem e animal, como forma de explicar, por exemplo, crimes violentos e surtos de fúria. Onde não havia lobos, o folclore envolvia outros predadores. Em países africanos, são comuns relatos de pessoas que viram hienas, crocodilos, leopardos, leões e panteras. Na China, tigres. No Japão, raposas. Na Rússia, ursos.


… SE CORRE, O BICHO COME

No folclore turco, os xamãs se transformam num lobo humanoide após longos e árduos rituais. Já na Suécia, os lobisomens eram, na verdade, mulheres idosas de unhas venenosas, capazes de paralisar o gado e as crianças com um simples olhar. No Haiti, eles eram conhecidos como Jé-rouge (olhos vermelhos) e roubavam crianças no meio da noite para passar adiante sua maldição.

(Fonte: Super Interessante)