DIA DOS NAMORADOS: Vendas a prazo apresentam leve retração

No Vale do Iguaçu, vendas no cartão de crédito registram crescimento

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Atualizado há 5 anos

No Vale do Iguaçu, vendas foram impulsionadas pela negociação com cartão de crédito (Foto: Mariana Honesko).
No Vale do Iguaçu, vendas foram impulsionadas pela negociação com cartão de crédito (Foto: Mariana Honesko).

A economia atual, que ainda inibe a melhora da confiança do consumidor e vem provocando uma reversão nas expectativas de saída da crise, tem freado uma retomada mais consistente do comércio. Essa é a avaliação dos profissionais da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) após pesquisa sobre o resultado das vendas na data.

De acordo com o levantamento, o volume de vendas a prazo na semana que antecedeu o Dia dos Namorados (entre 6 e 12 de junho) não cresceu, registrando uma pequena variação negativa de 0,04% na comparação com o mesmo período de 2018. Este ano, mais da metade (59%) dos consumidores planejavam pagar os presentes à vista e 39% tinham intenção de parcelar as compras.

Em 2018, houve um crescimento de 3,08% após um ano de forte queda em 2017, que chegou a -7,83%. Em anos anteriores, as variações foram de 3,62% (2016), -0,72% (2015), -5,85% (2014), 6,77% (2013), 3,83% (2012) e -7,69% (211).

Para o presidente da entidade, Roque Pellizzaro Junior, o desaquecimento das vendas continua refletindo o cenário de dificuldades em voltar ao patamar de crescimento anterior à recessão econômica. “Com o mercado de trabalho enfraquecido e a renda comprimida, observa-se um comportamento de compras mais cauteloso por parte do brasileiro. Nem mesmo o apelo comercial das datas comemorativas, que tradicionalmente impulsiona o varejo, está sendo suficiente para despertar o apetite de consumo das famílias”, destaca Pellizzaro Junior.

Cartão de crédito

O Vale do Iguaçu registrou um dado particular na passagem da data. Conforme o diretor de SPC da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Silvio Iwanko, as vendas com cartão de crédito foram 7% maiores em relação ao ano passado. “Notamos ainda que 48% dos comerciantes tinham expectativa de aumento de vendas e isso se confirmou. Em torno de 6%, as vendas aumentaram na venda de calçados e roupas e 20%, no caso de joias e chocolates”, diz.

Os dados revelam uma mudança no perfil de quem presenteia: os produtos com mais relevância pessoal – e não de uso coletivo, como é o caso dos eletrodomésticos ou móveis – estão tendo maior procura. “Sentimos uma queda neste sentido, na venda destes produtos, de cerca de 8%”, destacou.

Para Iwanko, além da preparação antecipada para a data, a realização de promoções e a facilidade no pagamento, contribuem com o aquecimento das vendas. Por isso, não é cedo, garante o empresário, se preparar para o Dia dos Pais, que é em agosto. “Não é apenas chegar e oferecer o estoque parado. A maioria dos lojistas vai buscar novidades e trazer coisas interessantes”, avalia. “Desde 2014 para cá, o comércio ressentiu muito na questão da economia, mas todo mês, tem sido melhor. A margem é que está mais sacrificada. Os lojistas até vendem, mas com custo operacional muito alto”.

Sem prejuízo ao bolso

Quem tem interesse em presentear alguém mas receia ficar com dívidas, não precisa ter tanto “pé atrás”. A garantia é, de novo, do próprio Iwanko. “O crediário sempre foi um bom negócio para o lojista. A gente sente que a maioria dos clientes são bons pagadores. Então, é interessante. Isso ajuda o lojista e facilita as pessoas para comprar. Isso ajuda e alavanca as vendas de cada lojista”.