DIA DOS PAIS: Lojistas não esperam vender tão bem neste ano

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Atualizado há 9 anos

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Vitrines apostam em boas vendas a partir de belas decorações e vantagens. (Fotos: Mariana Honesko).

Está difícil fazer os lojistas acreditarem que o Dia dos Pais pode ser interessante. Nas Cidades Irmãs, a maioria dos comerciantes tem os pés bem firmes no chão e, diante da crise econômica do País, não apostam em bons negócios para este final de semana, quando a data é lembrada.

Na contramão da maré ruim, é preciso inovação. Por isso, quem passeia pelo anel central encontra, já há algum tempo, vitrines decoradas com tons azuis, bigodes decorativos, sapatos, acessórios, tudo o que pode ficar bem em cada tipo de pai. O otimismo, embora disfarçado, habita os balcões. “A gente espera um bom movimento, mas as perspectivas estão assombrosas”, diz o sócio-gerente da Chocolate com Pimenta, Lourival Gohl. “Estamos apostando que tem que melhorar”, completa.

O empresário da Espaço Masculino carrega no bolso a receita do que pode dar certo: promoções e facilidade no pagamento. “A promoção é um atrativo maior, além do cliente poder pagar com condições. De qualquer maneira, é um Dia dos Pais que só no sábado vamos saber o que vai acontecer”, sorri José Olices Martins. Para ele, a crise econômica é agravada na região por conta da enchente de 2014. Há um ano dela, tem muita gente ainda pagando conta do prejuízo. De qualquer maneira, a aposta no vestuário é bastante forte. “Pois temos promoções do final da estação. Além disso, roupa é sempre um bem durável. Agrada o ego de quem vai receber e dura mais”, avalia o empresário.

diadospais-economia-local4Com a mesma estratégia trabalha o empresário Silvio Iwanko, das Casas Estrela. Segundo ele, as vendas começam a ser recuperadas, já que no ano passado houve uma queda na empresa de 25%. Para correr atrás do prejuízo e equilibrar o Dia dos Pais deste ano com o anterior, Iwanko precisou arregaçar as mangas ainda mais. “Nossa rentabilidade caiu. Estamos trabalhando mais para poder sobreviver”, afirma. As ações envolvem, por exemplo, abrir aos domingos e premiar os clientes. “Fomos atrás da indústria para nos ajudar. Toda a experiência de 2014 não pode ser usada neste ano”, garante.

A expectativa dos lojistas em União e Porto União vai ao encontro da pesquisa da Fecomércio. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná, sondou a intenção de compras e percebeu que neste ano os paranaenses – a regra vale para os vizinhos catarinenses de Porto União – vão dar menos presentes. Na matemática, 39% dos filhos devem deixar a data passar em branco. A queda é de 11 pontos em relação ao ano passado. Quem vai comprar, deve gastar menos. Sessenta por cento dos entrevistados devem investir entre R$ 50 e R$ 100. Apenas 27% pretendem comprar “mimos” entre R$ 101 e R$ 150.

Mesmo com oscilações, para o presidente do Sistema Fecomércio Darci Piana, as datas comemorativas são uma oportunidade para fomentar o comércio, ainda que em menor proporção do que em anos anteriores. “No atual cenário brasileiro, com juros em alta constante, inflação e desemprego em ascensão, associado à desconfiança política, o consumidor está contendo cada vez mais o consumo. Verificamos redução na intenção de compras ou no valor do ticket médio nas demais datas comemorativas que já passaram, como o Dia das Mães, Páscoa e Dia dos Namorados. O Dia dos Pais segue a tendência de redução dos gastos e por isso os empresários precisarão ser mais criativos na hora de vender e oferecer boas promoções aos clientes”, avalia.