A notícia de que de Cruz Machado está entre os maiores produtores de feijão preto do Brasil repercutiu pela região. Os números surpreenderam e colocaram a cidade vizinha em posição de destaque no cenário agrícola pela produção de feijão preto. Porém, os méritos são dos agricultores familiares que foram os responsáveis por 30% do que é produzido da cultura no País. Considerado um dos alimentos mais antigos do mundo, cultivado há séculos na Grécia Antiga e no Egito, existem 14 tipos diferentes desta cultura. Vale ressaltar que no mundo calcula-se que 400 milhões de pessoas consomem a leguminosa em suas variedades, desde o verde até o branco.
Cruz Machado possui em torno de três mil produtores de feijão preto. Os dados são dá pesquisa “Sistema de Comercialização do Feijão Preto em Cruz Machado”, desenvolvida pelo Engenheiro Agrônomo da Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), escritório de União da Vitória, José Eustáquio Pereira e pela Engenheira Agrônoma Vânia Di Addario Guimarães, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A pesquisa ressaltou que na agricultura de Cruz Machado, o feijão preto é um dos mais importantes porque é cultivado em quase todas as propriedades e responde por 60% da renda agrícola.
Segundo Eustáquio, o Brasil ocupa hoje o terceiro lugar da produção mundial do feijão, atrás apenas da Índia e Mianmar. Já o Sul do País é responsável por 33% da produção nacional da leguminosa, em diversas variedades, ficando com o Paraná 23% desse total.
Pela região, a cidade de Ponta Grossa se destaca em razão dos grandes latifúndios, cultivando diversas espécies de feijão, inclusive o carioca. Ainda, segundo o agrônomo, Irati e Prudentópolis também competem na produção, onde, em média 58% da cultura, mas de diversas variedades.
Porém, o que coloca Cruz Machado no topo é a mão de obra da produção da agricultura familiar. “É isso que justifica o título à Cruz Machado, liderança na produção do feijão preto. A cidade também possui a melhor distribuição de terras do País, o que representa cerca de 40 hectares por produtor. Na agricultura familiar a gestão da propriedade é compartilhada pela família e a atividade produtiva agropecuária é a principal fonte geradora de renda. Além disso, o agricultor familiar tem uma relação particular com a terra, seu local de trabalho e moradia”, explica.
Também no Paraná destacam-se na produção da leguminosa as cidades de Castro, Lapa, São Mateus do Sul, Reserva e Tibagi.
Capital Regional do Feijão
O prefeito, Euclides Pasa (Bibi), descontrai ao dizer que Cruz Machado pode ser considerada a capital regional do feijão. “Fiquei surpreso com os números e com o título de maior produtor de feijão preto apresentado pela Emater. Além dos números, sabemos que a qualidade do grão também anima o produtor que investe na cultura e do outro lado da ponta o cliente”. O prefeito confirma que para este ano, a festa da Erva Mate terá um espaço especial direcionado para divulgar e apresentar a qualidade do feijão do Município.