Crise na Unespar: instituição pode fechar as portas

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Atualizado há 9 anos

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(Fotos: Bruna Kobus).

Depois um ano e dois meses de existência de fato e de direito, a Unespar já está ameaçada de extinção. Uma reunião começou a definir os rumos da Unespar. Os diretores dos sete campi da Unespar estiveram reunidos com o secretário estadual de Fazenda, Mauro Ricardo, que informou a impossibilidade de garantir os R$ 124 milhões para despesas das instituições, aprovados na Lei Orçamentária Anual. Segundo o secretário, o governo está priorizando o pagamento de pessoal, que chega a quase R$ 1,2 bilhão nas universidades.

fafiuv-uniaodavitoria-educacao2Costa disse ainda que as universidades têm outras fontes de recurso. “São R$ 214 milhões de outras fontes, convênios, prestação de serviços”, disse. Os representantes das instituições contestam, afirmando que as verbas de convênios são carimbadas e, portanto, não podem ser destinadas a despesas de manutenção.

Quatro das sete universidades estaduais do Paraná podem fechar as portas se não houver repasse da verba de custeio para este ano. Para piorar, a paralisação de professores e funcionários atrasou o início das aulas nas sete universidades estaduais do Paraná. Antevendo a crise, um decreto publicado em junho do ano passado pelo governo do estado proibiu a realização de procedimentos licitatórios, bem como a celebração de novos contratos e aditivos custeados com recursos do governo.

A Unespar/Fafiuv de União da Vitória, aderiu ao movimento grevista. O diretor do campus, Valderlei Garcia Sanches,  disse que se o governo não fizer os repasses para pagamento de terceirizados, o campus fecha as portas em no máximo 30 dias. “Os fornecedores já estão com os pagamentos do mês de janeiro atrasados. “Na verdade temos dívidas na praça desde novembro do ano passado”, denunciou. A falta de recursos poderá decretar o fim da Unespar e seus sete campi”, alertou Sanches. Diante da situação a Unespar entrou em greve. “Nem estamos pedindo nada. Só queremos manter o que tínhamos”, explicou.

Na quinta-feira, 19, mais de 300 professores da Rede Estadual e da Unespar, participaram de uma vigília em frente ao Núcleo Regional de Educação de União da Vitória. Apesar da chuva, os professores se mobilizaram marcando posição em apoio a greve estadual.

O que é a Unespar

fafiuv-uniaodavitoria-educacao3O governador Beto Richa assinou no dia 4 de dezembro de 2013, em Curitiba, o decreto de credenciamento da Universidade Estadual do Paraná (Unespar). Ela nasceu da junção de sete faculdades estaduais e abrange 150 municípios, que somam 4,5 milhões de pessoas. Desde 2001 o governo do Paraná vinha trabalhando para resolver o problema das faculdades “isoladas”, ou seja, aquelas que não pertencem a nenhuma universidade. O assunto envolveu Ensino Superior, Pesquisa e desenvolvimento regional, uma vez que as “isoladas” estavam distribuídas por Curitiba, Paranaguá, União da Vitória, Campo Mourão, Apucarana e Paranavaí e, através destas posições geográficas alcançavam quase todas as regiões do estado.

Com a união das diversas faculdades, a Unespar se constitui na terceira maior universidade mantida pelo Governo do Paraná em número de estudantes. São 12.600 alunos, 800 professores e 260 agentes universitários. A instituição conta com 70 cursos de graduação distribuídos em 16 Centros de Área e 36 cursos de especialização, e dois mestrados.

As faculdades estaduais que formam a Unespar são a Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Faculdade de Artes do Paraná, Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão, Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana, Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí, Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá, Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória e também conta com a Escola de Segurança Pública.

Outras universidades

O Paraná tem sete universidades estaduais, o maior número de instituições de ensino superior públicas mantidas por um governo estadual. As universidades estão presentes em todas as regiões, por meio de campus nos principais municípios paranaenses: Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Universidade Estadual do Oeste (Unioeste), Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) e Universidade Estadual do Paraná (Unespar).

Destas, as quatro menores e sem orçamento próprio, dependem 100% dos repasses do governo e podem até fechar as portas. São elas: a Unicentro, a Unioeste, a a Uenp e a Unespar. As universidades mais fortes são a UEPG, a UEL e a UEM, que tem condições de prolongar o funcionamento mesmo sem o repasse imediato do governo.