Estudantes do IFPR criam projeto de prevenção à suicídio

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Atualizado há 5 anos

Sarah Tomal, Larissa Assis e Beatriz Silveira, estudantes criadoras do projeto O Grito da Alma (Foto: Divulgação/IFPR).
Sarah Tomal, Larissa Assis e Beatriz Silveira, estudantes criadoras do projeto O Grito da Alma (Foto: Divulgação/IFPR).

As estudantes Beatriz Silveira, Larissa de Assis e Sarah Tomal, do terceiro ano do curso técnico em Informática do Instituto Federal do Paraná (IFPR) – Campus União da Vitória, criaram o projeto O Grito da Alma, uma ideia que nasceu da preocupação com os grandes índices de suicídios na região do Vale do Iguaçu e é orientado pelos professores Alessandra Bender e Helder da Luz.

O projeto teve início em 2018, a partir de dados referentes a suicídios em União da Vitória e Porto União, e mapeando os casos registrados entre 2015 e 2018. O grupo iniciou uma pesquisa bibliográfica sobre saúde mental, consultando sites especializados e trabalhos de conclusão de curso de psicologia.

Como resultado parcial, o projeto trouxe a constatação que 60% dos casos de suicídios investigados ocorreram no distrito de São Cristóvão, região que é localizado o campus do IFPR da cidade. Outra constatação é de que 90% dos casos investigados envolveram pessoas do sexo masculino, mostrando a necessidade de investigação sobre a relação entre questões de gênero e suicídio.

As pesquisas também mostraram que o conhecimento sobre saúde mental auxilia a combater visões preconceituosas sobre depressão e a desenvolver uma melhor compreensão de si próprio.
“Existe muita falta de informação sobre o assunto. Depressão ainda é tratada como um tabu, as pessoas têm vergonha de admitir que sofrem com o problema e isso não ajuda a melhorar a situação”, conta Beatriz.

O projeto foi apresentado na Mostra de Inovação, Pesquisa, Ensino, Extensão e Cultura de 2018, evento realizado anualmente na unidade, e atraiu a atenção, não só de servidores e estudantes do campus, mas também da comunidade externa.

“Na Mipeec recebemos um bom retorno de todos que assistiram nossa apresentação. Alunos, e até professores, chegavam para nos ouvir com uma postura bem séria, rígidos e acabavam chorando ao final da apresentação. Outros chamavam amigos para nos ouvir, pois sabiam que aquele amigo estava sofrendo dos problemas que relatávamos. Há muita carência de discussões acerca do assunto”, afirma Sarah.

Futuro do projeto

Agora em 2019, o projeto prossegue com a criação de uma página no Facebook com dicas sobre saúde mental, cujo intuito é motivar as pessoas a se preocuparem com o seu bem-estar psicológico e receberem orientação de onde buscar ajuda.

“Estamos em fase de construção da página do projeto, onde desejamos publicar dicas, informações e responder mensagens direcionando as pessoas aos órgãos responsáveis e disponíveis a auxiliar. Essa é a doença do século”, diz Larissa de Assis.

Para a professora e orientadora do grupo, Alessandra Bender, o projeto trata de um assunto muito sério de nossa atualidade que precisa ser discutido de forma aberta.“Os números de suicídio em nossa região são alarmantes e demandam que o tema seja estudado. Quanto mais informações e conhecimento são divulgados sobre o assunto, maiores as chances de conseguirmos ter uma vida equilibrada mentalmente”, avalia Alessandra.