#FICAESPANHOL: É conversando que a gente se entende

Projeto que luta pela manutenção da língua latina nas escolas públicas aportou no Vale do Iguaçu, com evento especial para debater o tema

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Atualizado há 5 anos

Evento na Unespar propôs diálogo com a comunidade sobre o tema (Foto: Reprodução).
Evento na Unespar propôs diálogo com a comunidade sobre o tema (Foto: Reprodução).

Criado para exigir a permanência do ensino de Língua Espanhola nas escolas, o movimento #FicaEspanhol cresce e atinge vários estados brasileiros. A mobilização foi iniciada por professores após mudanças propostas pelo Ministério da Educação com a reforma do Ensino Médio, que, entre outros pontos, determina apenas a língua inglesa como obrigatória. A lei foi sancionada pelo então presidente Michel Temer, mas a regulamentação segue em discussão no Conselho Nacional de Educação. Depois de regulamentada, haverá um prazo de até dois anos para que as alterações sejam colocadas em prática.

Depois de buscarem apoio em entidades, a categoria que luta pelo espanhol abre a discussão. E ela chegou em União da Vitória. Na semana passada, por exemplo, a Associação de Professores de Espanhol do Paraná apresentou as propostas pró-língua em um evento na Unespar, entidade que apoia a causa. “Fomos recebidos pelo departamento de Letras da Unespar e pela segunda vez, viemos falar sobre a pluralidade linguística. Desde o nascimento da Associação, fazemos essa discussão, não só sobre o Espanhol, mas para dialogar sobre as reformas na educação”, explicou o presidente da Associação, Gilson Rodrigo Woginski.

O #FicaEspanhol é uma mobilização iniciada logo após a reforma (por conta da alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação por meio da Lei Federal 13.415/2017) no Rio Grande do Sul. Com o tempo, a pauta foi avançando pelo País e alcançando outros estados. No Paraná, a Associação fomenta as discussões sobre o tema. “Para atingirmos o que buscamos, é preciso observar os dispositivos legais que temos, a grade curricular, discutir o assunto na comunidade escolar. A sociedade, de fato, precisa ser ouvida. As possibilidades são várias”, defendeu Woginski. “É necessário também que a comunidade entenda que a escola pode ter outras línguas. A instituição escola precisa ter esse olhar diferente”, completou a secretária geral da entidade, Hellen Christina Gonçalves.

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Espanhol no Vale

Em Santa Catarina, a língua Espanhola não é oferecida nas escolas, nem na rede municipal nem na estadual. No Paraná, apenas nas escolas do Estado. Conforme informações do Núcleo Regional da Educação (NRE), a modalidade, quando na grade, é executada em 90% dos casos, pelo Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (Celem), conveniada à Secretaria de Estado do Paraná. O Espanhol contempla alunos do sexto ao nono ano, além dos estudantes do Ensino Médio.

HABLAS ESPANHOL?

No material de divulgação sobre a necessidade de se manter – ou retornar – o Espanhol nas escolas, os professores da Associação listam alguns pontos sobre o idioma. Por exemplo, o texto mostra que a língua é oficial em 21 países em três continentes. Também, o Espanhol é a língua de 480 milhões de falantes nativos- a segunda língua de comunicação no mundo. O idioma parece como opção no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)