Santa Catarina conquista 18 medalhas na Olimpíada do Conhecimento

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Atualizado há 10 anos

Para os estudantes catarinenses que participaram da oitava edição da Olimpíada do Conhecimento, os meses de intensa preparação e os quatro dias de provas foram especialmente compensados na noite de domingo (7). A delegação garantiu 18 medalhas, alcançando sua melhor participação na competição considerada a maior das Américas em educação profissional.

A equipe conquistou oito medalhas de ouro, seis de prata e quatro de bronze. Na última edição, em 2012, foram 11 medalhas. “Este evento representa a excelência, a construção do caminho que vocês querem seguir”, destacou o diretor geral do Senai, Rafael Lucchesi, durante a cerimônia de premiação.

A competição reuniu cerca de 800 jovens de todo o Brasil, sendo 40 representantes de Santa Catarina. O evento, promovido pelo Senai Nacional, foi realizado em Belo Horizonte entre quarta-feira (3) e sábado (6).

Projetos do Sul catarinense vencem mostra Inova Senai

Na mostra Inova Senai, realizada paralelamente à Olimpíada do Conhecimento, dois projetos do Sul catarinense foram consagrados.Na categoria Tecnologia Industrial – Processo, a concepção de um fertilizante a partir de resíduos de lavanderias industriais foi a vencedora. O trabalho foi desenvolvido pelo Senai de Tecnologia em Materiais de Criciúma ao longo de seis anos. “Conseguimos transformar algo extremamente poluente em um alimento para o solo”, destacou a pesquisadora Rosaura Piccoli.

A premiação, segundo ela, representa a viabilidade da iniciativa, que prevê um destino consciente e benéfico aos compostos gerados e que, atualmente, são destinados a um aterro industrial em Blumenau. “Agora vamos ver o que podemos fazer para estruturar o nosso produto e colocar no mercado”, pontuou.

Esta é a primeira vez em que a unidade de Criciúma é reconhecida pelo Inova Senai. “Com este resultado, conseguimos demonstrar as nossas competências e justificar o investimento que o Senai está fazendo na cidade com a construção do Instituto Senai de Tecnologia”, complementou o diretor do Senai em Criciúma, Silvio Bittencourt da Silva.

O torno mecânico virtual, empreendido pelo Senai de Tubarão, alcançou a segunda posição na categoria Tecnologia Educacional. O produto é um simulador 3D que apresenta métodos de interação, possibilitando aos estudantes a otimização do aprendizado e a diminuição de acidentes de trabalho.

Quatro projetos catarinenses concorreram ao Inova SENAI, que avaliou 50 trabalhos de todo o país, em quatro categorias.

Educação como aliada ao desenvolvimento da indústria

Para o presidente da Federação das Indústrias (Fiesc), entidade que abriga o Senai-SC, Glauco José Côrte, a Olimpíada do Conhecimento é uma valiosa aliada ao desenvolvimento. “Na competição, os estudantes têm a oportunidade de colocar o conhecimento em prática, diante dos melhores do Brasil, testando competências técnicas e emocionais”, frisou Côrte. “É um meio também de promovermos a indústria, de mostrar as oportunidades que a indústria tem”, complementou.

O progresso setorial, conforme o presidente da Fiesc, demanda uma renovação. Para isso, é preciso elevar o número de jovens que ingressam na educação profissional. “O que vai diferenciar uma indústria da outra não serão as máquinas que elas possuem, mas os talentos”, enalteceu.

Competidores em destaque

Em número de participantes, Santa Catarina esteve entre os cinco estados com maior representatividade, ficando atrás de Minas Gerais (61), São Paulo (53), Paraná (45) e Rio de Janeiro (41).

O perfil dos catarinenses também despertou atenção. Entre eles esteve um dos mais jovens participantes da competição, o estudante do curso técnico em Produção de Moda de Blumenau, Leonardo Lemos, de 16 anos. Na Olimpíada do Conhecimento ele participou na ocupação vitrinismo. “Quero seguir carreira na moda e o conhecimento adquirido aqui vai ajudar muito”, ressaltou.

Já Sabrina Felippi, de 19 anos, esteve entre as únicas duas mulheres a competirem na ocupação revestimento cerâmico. A estudante do Senai de Blumenau, que também é acadêmica da quarta fase de engenharia civil, optou pela aprendizagem industrial para complementar o currículo. “Acredito muito que ao mercado de trabalho não importa se sou mulher. O que conta é o conhecimento”, salientou Sabrina.