UNESPAR: Continuação das atividades do IEPS será decidida em 90 dias

Diretoria atual trabalha com o encerramento do Instituto. Postura da reitoria da Unespar e ausência de novos condutores, aparecem como motivos para o fim

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Atualizado há 7 anos

Aos poucos, ao longo das últimas semanas, a extinção do Instituto de Ensino, Pesquisa e Prestação de Serviços (Ieps) era anunciado de forma discreta. As placas de identificação foram retiradas e os serviços mantidos por ele, encerrados. Nos bastidores, a atual diretoria trabalha com uma comissão de desligamento, que envolve, entre outras coisas, a dispensa e indenização dos funcionários então mantidos pelo Ieps, bem como a anotação de contas e de todos os bens. O trabalho é árduo e do ponto de vista afetivo, um tanto penoso.

Paulo Sérgio Meira Rocha
Paulo Sérgio Meira Rocha

Que o diga os atuais “capitães” do Ieps, os professores, Paulo Sérgio Meira Rocha e Elizabete de Fátima Santos Gomes Empinotti. Certos de que fizeram um bom trabalho no instituto – que funciona desde 2012 no campus da Unespar, em União da Vitória – se dizem tristes por estarem diante de um possível encerramento das atividades. “Porque o Instituto trouxe coisas boas para a faculdade, para as prefeituras, foi uma mola que ajudou professores, acadêmicos e a sociedade civil”, lamenta Paulo. “Se nosso trabalho foi voluntario e grande, foi por acreditar no Instituto e ver os benefícios que ele proporcionou para toda a região. Como a gente trabalhava tanto, é com tristeza que vemos esse possível fechamento”, completa Elizabete.

Para o ponto final, dois motivos são apontados por Elizabete e Paulo: a nova postura da reitoria, que defende o fim dos polos do Ieps mas sim a criação de um único centro, para a gestão de todos os campi, e também a ausência de interessados para continuar com o trabalho que, sim, é voluntário.

É que nem Paulo nem Elizabete, podem continuar no comando, já que se for assim, ultrapassam os prazos permitidos, ditados pelo regimento do Ieps. “Estou com diretor financeiro e administrativo desde 2014. Venceu, fui recolocado no cargo em 2016 e 2017. Setembro termina o prazo legal. Portanto, tenho que tomar outros rumos”, explica. “Estou como presidente desde 2012. Meu mandato encerrou ano passado. Houve uma reeleição que vence agora. Não tenho como continuar na diretoria, segundo o regimento”, completa a professora Elizabete.

90 DIAS

A contagem regressiva começou no dia 6 deste mês quando, em reunião, a diretoria, os conselhos e os instituidores, o Iesp foi colocado à disposição. “Temos 90 dias para buscar os candidatos para ocupar todos estes cargos. Até o momento, não encontramos ninguém que queira continuar”, afirma o professor Paulo.

Elizabete de Fátima Santos Gomes Empinotti
Elizabete de Fátima Santos Gomes Empinotti

O trâmite de transição e possível fechamento é acompanhado por uma comissão, formada pelo diretor do campus em União, Valderlei Garcia Sanches, pelo professor, Antônio Santiago e a diretoria do Centro de Áreas, Karen Brito. “A gente foi se preparando ao longo do tempo. Temos a documentação em dia, os funcionários já foram indenizados. Não temos nada pendente no instituto. Existem casos de alguns que fecharam com problemas, mas não é o nosso caso. Aqui está tudo ok”, sinaliza Elizabete. “Quem quiser continuar, pega o Ieps funcionando como um reloginho. Se ele está neste processo, o motivo não é problema financeiro”, completa. O advogado, Mauricio Magnani, também acompanha o processo.

Neste período de 90 dias, caso não haja candidatos para tocar o instituto, todos os contratos serão encerrados. “Hoje o Iesp atua no restaurante universitário, na cantina, na reprografia, realizamos também cursos de capacitação em vários municípios e também a administração do Centro de Piscicultura”, elenca Paulo. Os projetos ainda em andamento, já estão nas mãos da universidade, para que decida pela continuidade ou não de todos eles. Ainda, todos os funcionários já foram desligados e indenizados.

A torcida é que a postura da reitoria mude ou que os instituidores aceitem administrar o Ieps. A decisão precisa acontecer até o dia 6 de outubro.

Sobre o Ieps

O Ieps também era responsável pelos cursos de pós-graduação, mas, é também política da reitoria, incentivar os cursos de Mestrado. Logo, o instituto fica fora do modelo.

Ele é mantido pelos recursos que vinham dos projetos e serviços administrados por ele. Vinha, portanto, do xeróx, da cantina, e também pelo pagamento das prefeituras e outros órgãos, pela realização de concursos e treinamentos. “Da faculdade e da reitoria, nunca veio nenhum recurso”, afirma Elizabete.